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Brasil avança em produtividade de milho, mas enfrenta desafios climáticos em 2024

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O ano de 2024 foi marcado por avanços significativos na produção de milho no Brasil, consolidando o país como um dos maiores produtores mundiais. A produção nacional alcançou 122,5 milhões de toneladas, um aumento de 8% em relação ao ano anterior, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Este crescimento é resultado do aumento da área plantada e da adoção de novas tecnologias no manejo agrícola.

A alta produtividade foi impulsionada pelo uso de sistemas integrados de plantio direto e sementes geneticamente modificadas, que demonstraram resistência a pragas e à estiagem. Com esses avanços, a produtividade média por hectare aumentou 7%, atingindo 6,5 toneladas por hectare, comparado ao ano passado.

O setor também enfrentou desafios climáticos expressivos, especialmente no Paraná, onde uma estiagem severa impactou a segunda safra de milho. O Deral (Departamento de Economia Rural) estimou que a produção no estado caiu em 15%, resultando em uma perda de cerca de 2,5 milhões de toneladas.

Apesar desse revés, o mercado de milho se manteve competitivo, impulsionado pela depreciação do real em relação ao dólar. A demanda interna e externa seguiu aquecida, com as exportações do grão totalizando 51 milhões de toneladas, um aumento de 10% em relação a 2023, de acordo com a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais).

Em um cenário otimista para a safra 24/25, as projeções apontam para uma produção de 127 milhões de toneladas, um aumento de 5 milhões de toneladas em relação à safra anterior, conforme estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A expansão do etanol de milho, que teve um crescimento de 20% na produção, pode impactar as exportações, alertam especialistas.

Desafios climáticos e perspectivas para o futuro

Embora a produção tenha avançado em volume, as condições climáticas seguiram sendo um fator determinante. O Paraná, um dos principais estados produtores, registrou uma queda significativa na produção devido à seca, afetando diretamente a segunda safra. Para o Cepea, a postura cautelosa dos vendedores e a constância na demanda ajudaram a sustentar os preços, o que proporcionou alívio financeiro aos produtores.

Com o foco em inovação, o Brasil continua a investir em tecnologia agrícola para mitigar os efeitos de fatores climáticos adversos. A produção de milho, especialmente a segunda safra, é crucial para o agronegócio nacional, sendo responsável por 77,2% da produção total, segundo a Embrapa.

Projeções para o futuro e o impacto do etanol de milho

O USDA projeta que a produção de milho pode alcançar 128 milhões de toneladas na safra 24/25, superando as estimativas da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Além disso, especialistas destacam que a produção de etanol de milho, que cresceu 20% em 2024, pode impactar as exportações, uma vez que a demanda por biocombustíveis deve seguir em alta no mercado interno e externo.

Ainda assim, os desafios climáticos e o controle sobre o mercado internacional seguem como fatores críticos para o futuro da produção de milho no Brasil. A volatilidade do clima e as mudanças no cenário global de comércio e preços podem afetar as projeções de produção e exportação do grão nos próximos anos.

Jeniffer Santos para a RPAnews com informações do Cepea
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