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Rota de biometano está em aprimoramento na RenovaCalc
A Embrapa Meio Ambiente, em parceria com a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), com o instituto i17 e com Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), conduziu hoje, 8 de março, o “Workshop: Oportunidades de Aprimoramento da RenovaCalc – calculadora que estima a intensidade de carbono de biocombustíveis, para a Rota de Biometano”.
Esta é a primeira ação envolvendo biometano prevista no projeto “Aprimoramento da contabilidade de carbono na RenovaBio” (financiado pela Finep, com apoio do Ministério de Minas e Energia), que vem trabalhando em diversas frentes de desenvolvimento da RenovaCalc, sempre com foco na melhor representação dos biocombustíveis candidatos a receber CBIOS (créditos de descarbonização) nesta Política.
A pesquisadora Nilza Patrícia Ramos, da Embrapa Meio Ambiente, esclarece que o principal objetivo do evento foi “sensibilizar o setor produtivo a respeito da importância de todos os envolvidos na cadeia de produção do biometano – metano recuperado e utilizável, participarem dessa atualização, fornecendo informações que permitam representar, o mais fidedignamente, os processos envolvidos na produção desse biocombustível”.
“A participação expressiva dos 56 convidados e o envolvimento da Abiogás demonstraram o sucesso dessa iniciativa, confirmando o interesse do setor produtivo em contribuir continuamente com o aprimoramento da RenovaBio”, destaca Ramos.
As melhorias na RenovaCalc estão sendo estudadas e propostas continuamente, o que já era esperado, pois a primeira versão da ferramenta, publicada em 2018, ofereceu uma solução simples e suficiente para o início da sua operacionalização, mas reconhecidamente com simplificações que mereceriam novos desenvolvimentos, explica Marília Folegatti, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e coordenadora do projeto.
Tais simplificações decorreram principalmente da escassez de informações técnico-científicas, como no caso da rota do biometano. Os dados disponíveis na literatura para as emissões fugitivas, por exemplo, sabidamente relevantes para essa rota, eram bastante discrepantes, sendo, portanto, ponto de revisão.
“O crescimento da participação do biometano na Renovabio, nos últimos anos, é visto com muita satisfação pela ANP”, afirma Maria Auxiliadora Nobre, coordenadora de Gestão da RenovaBio na ANP, e justifica o investimento de tempo e recurso para o aprimoramento dessa rota. A ANP enxerga uma tendência de aumento dessa participação no curto prazo, frente aos novos empreendimentos que estão sendo construídos. As melhorias propostas estão sendo analisadas e poderão integrar a versão de uso da RenovaCalc após avaliações mais detalhadas de seus impactos e do alinhamento com outras iniciativas internacionais”, destaca Nobre.
A atualização dos processos e tecnologias envolvidas na produção de biometano está sendo conduzida pela equipe do instituto i17, que iniciará nesse mês uma série de entrevistas e visitas técnicas às plantas de produção de biometano que se prontificarem a contribuir com essa ação da RenovaBio.
No estudo, serão levantadas informações referentes à existência de pré-tratamento de substrato, de lagoas de armazenamento, medições de emissões fugitivas em biodigestores, destinação final anterior do efluente/resíduo e tempo de armazenamento, destino do digestato – material remanescente após a digestão anaeróbica de uma matéria-prima biodegradável, tipologia de flare – eliminação segura e eficaz dos gases não aproveitados ou sua recuperação, volumes de biogás e de biometano, entre muitos outras.
Para a analista Anna Pighinelli, da Embrapa Meio Ambiente, uma outra melhoria que pode ser incrementada à RenovaCalc é a inclusão de uma rota de biometano envolvendo biomassa dedicada, que também está em estudo e pode incentivar ainda mais o biometano como biocombustível.
“O workshop foi a primeira de uma série de ações que serão realizadas para que, ao final do projeto, possamos subsidiar o aprimoramento da Renovabio a partir de uma base científica solida, com inserções factíveis e reconhecidas”, diz Pighinelli.
A equipe de pesquisadores envolvidos no estudo são Anna Letícia Pighinelli, Marília Folegatti e Nilza Patrícia Ramos, da Embrapa Meio Ambiente, Adriana Pires, da Embrapa Agropecuária Oeste, e Alessandro Sanches Pereira, Camila Ester Holla, Karina Cubas, Leidiane Marian, Marcela Lange e Vanice Nakano, do i17.