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Safra nacional de milho verão pode ser menor
Em um cenário de adversidades climáticas e maior seca no Brasil, a safra de milho verão 2024/25 pode ser inferior à do ano passado. Essa previsão, de acordo com analistas do Itaú BBA, surge em meio à revisão otimista da safra americana de milho, que foi elevada pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para 385,7 milhões de toneladas, graças ao bom desempenho das lavouras.
O Brasil enfrenta dificuldades que podem afetar seu potencial exportador. A seca nos rios Madeira e Tapajós tem prejudicado a logística de transporte de grãos pela região Norte, aumentando os tempos de espera nos portos e reduzindo os volumes que podem ser transportados por barcaças. “Estima-se que as exportações de milho alcancem 41 milhões de toneladas, mas essa projeção pode ser revisada para baixo se a situação não melhorar”, afirmam os analistas do banco.
Além da pressão logística, o USDA também anunciou uma redução na projeção da safra de milho da União Europeia, que caiu para 59 milhões de toneladas devido a adversidades climáticas. Isso complica ainda mais o balanço global de oferta e demanda, que não apresenta aumento nos estoques de milho, ao contrário do que foi observado para a soja.
As importações de milho pela China também foram revisadas, de 23 milhões para 21 milhões de toneladas, em função do aumento esperado na produção interna. Esse ajuste pode impactar ainda mais o mercado global, deixando os produtores brasileiros em alerta.
Outro ponto crítico destacado pelos analistas, é a possível redução na área plantada com milho verão no Brasil. “Podemos observar um movimento de redução de área de milho verão no Brasil, diante do panorama climático que se apresenta, com atraso das chuvas e influência da La Niña sobre o clima. Outra questão é que temos visto cada vez mais uma tomada de decisão mais tardia por parte do produtor e, dado que a relação de troca entre fertilizante e o cereal segue piorando desde o final de maio, é possível que uma parte dessa área seja destinada ao plantio de soja. Sendo assim, a depender do desenvolvimento da safra de milho verão, até a safrinha 2025, podemos ter um mercado interno mais nervoso, com abastecimento ajustado”, disseram os analistas do Itaú BBA.