A São Martinho S.A. encerrou o primeiro trimestre da safra 2025/26 com EBITDA ajustado de R$ 805 milhões, alta de 19,7% em relação ao mesmo período do ciclo anterior, e margem de 43,3% (+2,7 p.p.). O desempenho foi impulsionado pelo maior preço e volume comercializado de etanol, parcialmente compensados pela retração nas vendas de açúcar.
O lucro líquido somou R$ 62,8 milhões, queda de 40,9% frente ao 1T25. Segundo a companhia, a redução foi influenciada pela variação no valor justo do ativo biológico e pelo impacto temporal no pagamento de Juros Sobre o Capital Próprio — que ocorreu no segundo trimestre desta safra, ao contrário do ano anterior, quando foi antecipado para o primeiro trimestre.
No trimestre, foram processadas cerca de 8,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, redução de 7,6% em relação ao mesmo período da safra passada. A queda foi consequência direta da menor produtividade agrícola, que recuou 11,7% em toneladas por hectare.
A São Martinho atribui o resultado ao déficit hídrico registrado em fevereiro e março de 2025, período crítico para o desenvolvimento e a maturação dos canaviais. A falta de chuvas comprometeu a formação de açúcares na planta, refletindo-se na queda do ATR médio em 5,5% e na produção total de 998,4 mil toneladas de ATR de cana (-12,6% vs. 1T25).
A produção de açúcar somou 475,1 mil toneladas (-11,3%), enquanto o etanol de cana atingiu 297,8 mil m³ (-13,1%). Em contrapartida, o processamento de milho manteve crescimento, respondendo por 56,7 mil m³ de etanol (+11,6%), 38 mil toneladas de DDGS (+18,8%) e 1,9 mil toneladas de óleo de milho (+6,9%).
Receita e desempenho por produto
A receita líquida totalizou R$ 1,85 bilhão (+12,2%), puxada pelo avanço do etanol, cuja receita cresceu 51,3% em relação ao 1T25, combinando aumento de 30,1% no volume e 16,3% no preço médio. O etanol de milho teve papel relevante, com maior participação de estoques remanescentes da safra 2024/25 nas vendas.
Já o açúcar registrou queda de 12% na receita, com retração de 4,1% no volume e 8,2% no preço médio. No segmento de energia elétrica, a comercialização atingiu R$ 84,3 milhões (+14,7%), beneficiada por maiores preços e volumes.
A companhia atualizou o Guidance de Investimentos para o ciclo 2025/26. O valor para Modernização/Expansão foi elevado para R$ 881 milhões, aumento de R$ 681 milhões frente ao guidance inicial. O incremento é resultado da aprovação da segunda fase do projeto de etanol de milho (R$ 439 milhões) e da aquisição parcial de ativos biológicos da Usina Santa Elisa (R$ 242 milhões, sujeitos a ajustes).
Não houve mudanças nas estimativas para Capex de manutenção, melhoria operacional e demais projetos de modernização. Com isso, o Capex total previsto para a safra 2025/26 passou a cerca de R$ 3 bilhões.
A alavancagem medida por dívida líquida/EBITDA ajustado LTM encerrou junho em 1,36x, com dívida líquida de R$ 4,9 bilhões (-1,4% frente a março).