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São Martinho avança na bolsa e JP Morgan eleva recomendação
Combinação de fatores tornou a empresa atraente para investidores, afirma o banco
As ações da São Martinho, uma das maiores produtoras de açúcar e etanol do Brasil, estão em forte alta, de 1,57%, cotadas a R$ 27,17 por volta das 11h45 da manhã desta quinta-feira, 19. O banco JP Morgan elevou sua recomendação para compra das ações.
A mudança de classificação reflete uma combinação de fatores que tornaram a empresa atraente para investidores, incluindo uma avaliação favorável, um fluxo de notícias limitado e uma perspectiva otimista em relação aos preços de açúcar e etanol.
No ano até agora, as ações da São Martinho caíram 6%, enquanto o Ibovespa apresentou uma leve alta de 1%. Essa queda nas ações resultou em uma proporção de 3 vezes entre o valor de mercado e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) para 2025, além de um retorno de fluxo de caixa livre de 17%, excluindo investimentos em expansão.
Apesar de a empresa ter enfrentado os impactos de incêndios florestais recentes, a avaliação de danos já foi realizada e a orientação da empresa foi ajustada, levando os analistas a acreditarem que o pior já ficou para trás.
Os analistas do JP Morgan mantêm uma visão positiva sobre os preços de açúcar, que estão 23% acima das previsões para 2025/26. Recentemente, os preços internacionais do açúcar começaram a refletir uma menor produção no Brasil, com as cotações subindo cerca de 20% em relação ao mês anterior. A expectativa é que a produção na safra 2025/26 atinja 22,4 milhões de toneladas, com uma produção equivalente em açúcar de aproximadamente 3,1 milhões de toneladas.
Outro fator relevante é o etanol. Com uma previsão de mercado mais apertada, os analistas acreditam que uma alta nos preços do etanol pode levar a revisões de consenso. Caso os preços do etanol ultrapassem R$ 2,8 por litro, há potencial para um Ebitda ajustado que pode chegar próximo a R$ 4 bilhões.
Em termos operacionais, a empresa anunciou que 20 mil hectares de cana-de-açúcar foram afetados pelos incêndios, mas os impactos financeiros devem ser limitados em comparação com o total previsto de R$ 2 bilhões em despesas de manutenção, avalia o JP Morgan. A produção de etanol pode aumentar a curto prazo, dado o impacto dos incêndios na mistura de produtos, que agora é esperada em torno de 49% de açúcar.
Para o preço-alvo, o JP Morgan revisou sua estimativa de R$ 38 para R$ 35 por ação, o que ainda representa um potencial de valorização de 30%. A avaliação considera a combinação de um modelo de fluxo de caixa descontado (DCF, na sigla em inglês) e múltiplos, com um custo médio ponderado de capital (WACC, na sigla em inglês) de 10,4% e uma taxa de crescimento nominal de 2,5%.
Embora a perspectiva para a São Martinho seja promissora, riscos ainda permanecem, como a volatilidade dos preços do açúcar e do etanol, variações climáticas que podem afetar as colheitas, e possíveis mudanças nas políticas governamentais que impactem a estrutura de preços, pontua o relatório.