Home Últimas Notícias Setor canavieiro de PE alerta para impactos da proposta de nova Resex no litoral do estado
Últimas Notícias

Setor canavieiro de PE alerta para impactos da proposta de nova Resex no litoral do estado

Compartilhar

O ICMBio, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, propõe a criação da Reserva Extrativista (Resex) do Rio Formoso, no litoral sul de Pernambuco, em uma área já abrangida por duas Áreas de Proteção Ambiental (APAs) estaduais e pelo Zoneamento Náutico (Zatan). Esses instrumentos reconhecem a prática da pesca artesanal e já regulamentam atividades sustentáveis na região.

A proposta, no entanto, tem gerado forte preocupação entre diferentes setores sociais e econômicos da Mata Sul, especialmente nas cidades de Tamandaré, Sirinhaém e Rio Formoso. Os três prefeitos desses municípios se manifestaram publicamente contra a criação da nova reserva, alegando insegurança jurídica e ameaça à economia local, incluindo a tradicional atividade canavieira, com seus engenhos e usinas centenários.

Segundo Alexandre Andrade Lima, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), aproximadamente 7 mil hectares de canaviais podem ser atingidos por novas restrições, caso a Resex seja implementada. “A proposta desconsidera a realidade produtiva da região e ignora que, durante a consulta pública realizada em Tamandaré no mês passado, a maioria da população se posicionou contra a criação da reserva”, destaca.

A área diretamente prevista na proposta do ICMBio compreende 2.134 hectares do estuário do Rio Formoso, com o objetivo declarado de beneficiar comunidades de pescadores artesanais e marisqueiras. No entanto, a AFCP alerta para os efeitos indiretos da medida. Pela legislação, uma nova Resex pode implicar a criação de uma Zona de Amortecimento com raio de até 10 km, o que extrapolaria os limites da área proposta, afetando propriedades, atividades agrícolas e empreendimentos consolidados, como os engenhos de cana-de-açúcar, presentes há séculos na região.

Leia também: Nova PE-062 impulsiona setor canavieiro da Zona da Mata de Pernambuco

Por esse e outros motivos, produtores rurais, empresários do setor turístico e os prefeitos da região manifestaram posição contrária à iniciativa, alertando para os graves prejuízos socioeconômicos que a medida pode provocar, incluindo a perda de milhares de empregos.

A AFCP defende que, para garantir a preservação ambiental, é necessário fortalecer e fiscalizar os instrumentos já existentes — as duas APAs estaduais e o Zatan —, em vez de criar uma nova unidade de conservação sem controle estadual e com potenciais impactos negativos à economia regional.

“A proteção ambiental pode e deve coexistir com atividades produtivas sustentáveis, como já ocorre hoje na região. O que falta é a eficácia das ações de fiscalização e gestão das ferramentas que já estão em vigor”, afirma Andrade Lima.

Compartilhar
Artigo Relacionado
planta be8
Últimas Notícias

BNDES financia com R$ 290,2 milhões primeira fábrica de glúten vital do Brasil da Be8

O Brasil dará um passo inédito na indústria alimentícia com a instalação...

Últimas NotíciasDestaque

Moagem cai mais de 14% e produtividade recua no Centro-Sul, alerta UNICA

A safra 2025/26 começou sob pressão no Centro-Sul do Brasil. De acordo...

Cana nordeste
Últimas Notícias

Nova PE-062 impulsiona setor canavieiro da Zona da Mata de Pernambuco

Com investimento de R$ 88 milhões, o Governo de Pernambuco inaugurou na...

Últimas Notícias

Tereos realiza ação de conscientização para prevenção e combate a incêndios em cidades da região

Ação faz parte da campanha anual da empresa, que visa conscientizar e...