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Startups selecionadas em projeto de inovação querem descarbonizar setor aéreo

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Crédito: Getty Images/iStockphoto Direitos autorais: ipopba
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Propulsão a hidrogênio, CO2 convertido em combustível, motores criogênicos e elétricos: essas são algumas das tecnologias que prometem descarbonizar o transporte aéreo e mudar de vez a forma como viajamos de avião. O percurso, no entanto, é longo – e com escalas.

Com meta de chegar a 2050 com emissões líquidas zero, a indústria precisará investir algo em torno de US$ 5 trilhões até meados do século, estima a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, em inglês).

Isso significa quase US$ 178,6 bilhões por ano entre 2023 e 2050, boa parte destinada a tecnologias capazes de reduzir drasticamente a contribuição do setor para o aumento da temperatura global – hoje, a aviação civil emite 2% dos gases de efeito estufa que são lançados na atmosfera.

As alternativas variam desde tecnologias de aeronaves até novos modelos de abastecimento, como combustível sustentável de aviação (SAF, em inglês), hidrogênio ou baterias, passando por infraestruturas aeroportuárias e melhorias operacionais e as startups estão atentas a esse mercado.

Esta semana, em Davos, na Suíça, durante a reunião do Fórum Econômico Mundial (WEF, em inglês), a First Movers Coalition (FMC) deu a largada em um movimento para ajudar tecnologias consideradas mais promissoras a decolarem, com a seleção de 16 startups no programa de aceleração UpLink-FMC Sustainable Aviation Challenge.

Os vencedores defendem abordagens inovadoras para combustível sustentável de aviação e voos movidos a bateria e a hidrogênio, dando uma ideia do que está por vir.

“As viagens aéreas são cruciais para a conectividade global e o crescimento econômico, mas o seu impacto ambiental não pode ser ignorado. É por isso que iniciativas como o UpLink-FMC são fundamentais para acelerar a ação climática”, comenta a vice-presidente executiva e diretora de Impacto da Salesforce, Suzanne DiBianca.

Os eletrocombustíveis estão chegando

Produzidos a partir de uma combinação de hidrogênio verde e CO2, os combustíveis sintéticos também são chamados de eletrocombustíveis porque utilizam eletricidade renovável no processo de obtenção da molécula de H2.

A primeira planta do tipo foi inaugurada no Chile, no final de 2022, como um projeto piloto. Avaliada como promissora, tanto para descarbonizar a aviação quanto o frete marítimo, a tecnologia ainda precisa superar gargalos para ganhar escala, especialmente aqueles relacionados a preço – o e-SAF custa até oito vezes mais que o querosene de aviação fóssil.

O UpLink-FMC selecionou quatro startups que trabalham com os eletrocombustíveis. A Ineratec e a Infinium reciclam CO2 e utilizam hidrogênio verde para produzir e-fuels. Já a Spark e-Fuels, que está desenvolvendo usinas integradas de e-SAF que podem ser diretamente conectadas à eletricidade renovável de menor custo.

Por sua vez, a Synhelion foca na conversão de energia solar em combustíveis de aviação, marítimo e até gasolina e diesel. Segundo a empresa, a inauguração da primeira unidade industrial está a caminho na Alemanha e o projeto conta com parceiros como Eni, Lufthansa e Cemex.

Aplicações relacionadas ao hidrogênio e CO2, aliás, dominam a lista de startups selecionadas.

De olho no carbono como insumo, a Air Company desenvolve uma tecnologia modular para transformar CO2 em combustível, enquanto a Twelve e a Cemvita’s eCO utilizam fluxos de resíduos e dióxido de carbono para produzir proteínas, plásticos e matéria-prima para SAF.

Em uma direção diferente, a propulsão a hidrogênio está no horizonte da Beyond Aero e da HyFlux, enquanto a Verne propõe uma solução de armazenamento de hidrogênio.

E os aviões elétricos?

Grandes fabricantes de aeronaves, como a brasileira Embraer, enxergam a eletrificação do setor começando pelos jatos menores antes de ser economicamente viável para a aviação comercial.

Mesmo assim, gigantes do setor já entraram na corrida tecnológica para apresentar seus modelos elétricos.

As startups VerdeGo Aero, Sylphaero, H3X também embarcaram nesse movimento e são as três selecionadas no programa da FMC com foco em propulsão elétrica. Já a Ampaire quer ser uma das primeiras a chegar ao mercado com tecnologia elétrica híbrida.

EPBR/Nayara Machado
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