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Tarifa a etanol nos EUA impacta a competitividade do setor sucroenergético nordestino

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A possibilidade de que os Estados Unidos imponham tarifas recíprocas ao etanol importado do Brasil acendeu um sinal de alerta no setor sucroenergético nacional, que tem no biocombustível um importante ativo para o país. Segundo especialistas, haverá impactos negativos na economia brasileira caso Washington decida aumentar a taxação sobre o produto brasileiro, dos atuais 2,5% para 18%.

Para o presidente executivo da Associação dos Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio), Renato Cunha, a proposta americana é uma forma do pressionar o governo brasileiro a revogar a tarifa de 18% incidente no biocombustível exportado pelos EUA ao País.

“Zerar a taxa é algo que não faz sentido, pois o Brasil, superavitário na produção de etanol, não necessita do produto importado para abastecer o mercado doméstico. Acrescente-se, ainda, que exportamos 2,5 bilhões de litros anualmente. Com excedentes exportáveis, comprar etanol dos EUA a uma taxa recíproca seria desnecessário e oneroso para a balança comercial brasileira”, afirma o executivo.

Cunha afirma que o Nordeste, onde a indústria da cana-de-açúcar gera mais de 250 mil empregos diretos e indiretos, seria o principal afetado pela adoção desta medida. Além de representar um ponto de atenção na pauta brasileira de exportações e trazer consequências desfavoráveis para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, o presidente da NovaBio avalia outros efeitos preocupantes na cogitada proposta americana.

“Os EUA, com uma necessidade urgente de descarbonizar a sua economia, deveriam promover a indústria doméstica de etanol por meio de políticas públicas mais construtivas. Poderiam, por exemplo, aumentar os níveis de mistura do biocombustível na gasolina, que hoje oscila entre 10% e 15%, e não conceder subsídios à produção, como ocorre atualmente, ou criando ainda mais protecionismo comercial”, afirma o presidente da NovaBio.

O executivo lembra que o Nordeste também tem sido o principal ponto de entrada do biocombustível exportado pelos EUA. “Devido à proximidade logística, mesmo durante a safra canavieira no Nordeste, os EUA chegam a despejar, quando as tarifas são reduzidas, pouco mais de 1,6 bilhões de litros de etanol de milho, que é reconhecidamente menos sustentável do que o fabricado no Brasil”, observa Cunha, que também preside o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE).

Cunha conclui citando dados da Datagro, uma das maiores consultorias de agronegócio no País, para dimensionar os efeitos, especificamente no Nordeste, de um relaxamento das tarifas por parte do Brasil.

“Não há necessidade de importação de etanol pelo Brasil. Pelo contrário, temos um perfil exportador. Com a isenção, os EUA, que atualmente exportam menos de um bilhão de litros por ano, passariam a vender mais de 1,6 bilhão de litros ao País. Considerando que a região produziu cerca de 2,2 bilhões de litros na safra 2023-2024, este volume importado representaria 55% desta produção, resultando em enormes prejuízos à competitividade da indústria nordestina”, alerta o presidente da NovaBio.

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