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Tecnologia garante segurança e rastreabilidade na colheita de cana-de-açúcar

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Quase 286,44 milhões de toneladas de cana no Brasil possuem origem certificada e aproximadamente 4,7 milhões de viagens de transporte de cana tem a rastreabilidade digitalizada pelo CDC

Os processos que envolvem a colheita de cana-de-açúcar passaram por diversas evoluções a longo dos últimos anos com a mecanização e a implementação de novas tecnologias. Sistemas que realizam o monitoramento das operações que envolvem a colheita de forma inteligente tem trazido, além de maior segurança, redução de custos, redução de mão de obra e rastreabilidade para a cana-de-açúcar.

Uma destas tecnologias é o CDC (Certificado Digital de Cana), uma solução desenvolvida pela Solinftec e que concilia tecnologia, operação agrícola, interação de equipamentos e pessoas envolvidas no processo de corte, carregamento e transporte de cana-de-açúcar. “É uma transformação digital, que atualiza processos manuais onerosos com confiabilidade na geração de dados e segurança na rastreabilidade da cana-de-açúcar que chega na usina”, afirma Guilherme Galana, gerente de Produto da Solinftec.

Usinas e produtores de cana que não fazem uso dessa tecnologia, ainda contam com um colaborador chamado de “noteiro”, profissional que faz a anotação manual das informações que permitem fazer o controle e monitoramento da colheita. Galana explica que esse colaborador registra, por exemplo, qual caminhão está saindo carregado de qual fazenda e o motorista que o conduz, além de informar as colhedoras, tratores e operadores que geraram as cargas. O noteiro passa esse papel, conhecido como nota de palha, para o motorista, que por sua vez o entrega na balança quando chega à indústria. Os dados do papel são inseridos/digitados no sistema de controle da usina.

Existem alguns casos em que a nota de palha é construída com etiquetas impressas, onde o noteiro cola um adesivo com um código de barras correspondente a cada máquina no papel que é entregue na usina, onde é realizada a leitura desse código. É um método que, segundo Galana, tem pouca confiabilidade nos equipamentos que fazem a carga do caminhão e ainda demanda pessoas e tempo. Além disso, o processo gera resíduos de papel, etiquetas e outros.

Nestes exemplos, as usinas podem acabar tendo os dados forjados por um colaborador que deseja se beneficiar financeiramente. “Já houveram casos em que chegamos nas usinas e nos deparamos com histórias de que o noteiro era ‘chegado’ de um operador específico, e acabava beneficiando-o na construção das cargas para que este colaborador recebesse maior mérito, reconhecimento, e, em alguns casos, bonificação financeira”, revelou o especialista da Solinftec.

Sendo assim, a digitalização deste processo o tornou mais democrático, justo e confiável nas informações dos equipamentos e operadores envolvidos na construção de cada carga. “A automação do processo permitiu que as pessoas que desprendiam tempo em um processo moroso, pudessem explorar novas oportunidades e gerar novos ganhos para usina”, adiciona Galana.

Atenta à necessidade do produtor sucroenergético, a Solinftec com sistemas presentes em mais de 90% das usinas do país, solucionou os principais desafios ligados ao gerenciamento de processos envolvidos no cultivo da cultura, sendo um dos grandes obstáculos do setor sucroenergético maximizar a eficiência das operações.

A Alice, plataforma de inteligência artificial da Solinftec, junto com suas extensões voltadas ao aumento da produtividade média dos canaviais, tornou-se referência em tecnologia e controle em colheita (CCT – Corte, Carregamento e Transporte) com resultados positivos de alta viabilidade e retorno econômico.

Guilherme Galana, gerente de Produto da Solinftec, diz que a tecnologia traz mais segurança, rastreabilidade, aumentando a produtividade e reduzindo a ociosidade

“A utilização do FUT ou sistema de Fila Única de Transbordo permite uma otimização dos itinerários das colhedoras de cana-de-açúcar. De acordo com um levantamento interno com clientes da Solinftec, colhedoras representam 10% de todo o custo de uma usina, e ficavam cerca de 30% do tempo paradas por falta de transbordo. Assim que o transbordo chegava na capacidade máxima, outro era chamado via rádio deixando a colhedora ociosa. A gestão de abastecimento mudou a partir da adoção do FUT, que otimizou o processo de colheita ao identificar por meio de geolocalização o transbordo mais próximo à colhedora formando uma única fila para o transporte”, salienta Galana.

Ainda neste contexto, identificar o volume de cana colhida por transbordo e ainda, a origem da cana colhida era um desafio de quem gerenciava esta etapa. Ao identificar a necessidade de rastreamento dessas informações, a Solinftec lançou o CDC (Certificado Digital para Cana), que através de lógica computacional, comunicação entre máquinas e processamento de dados em tempo real, assegurou a rastreabilidade, aquisição de dados e entrega da informação na usina.

“Em 2023, integramos novas tecnologias e atualizamos o CDC para a versão nuvem. Além de aumentar a robustez do sistema, aprendemos mais uma vez com as usinas, que não é só ter a rastreabilidade assegurada, mas a agilidade em ter acesso à informação pode trazer mais ganhos no dia a dia da operação.  A assertividade do planejamento, com a informação acessível de maneira instantânea, ajuda o aumento de produtividade, reduzindo ociosidade, programações estratégicas de paradas de excesso de equipamentos, e segurança de produção da indústria com o controle de matéria-prima”, adiciona Galana.

O aumento da efetividade dos maquinários com estes sistemas pode chegar a 60%, somado a este percentual a redução de combustível, redução de maquinário envolvido e manutenção dos mesmos, é possível ter uma redução de 20 a 30% no custo de colheita e ainda uma diminuição da redução de emissão de CO² na atmosfera, segundo o especialista da Solinftec.

45% das usinas brasileiras tem rastreabilidade no processo

Hoje, aproximadamente 45% das usinas utilizam o CDC entre as suas duas versões. A Solinftec estima que 286,44 milhões de toneladas de cana no Brasil possem origem certificada pelo CDC. Aproximadamente, 4,7 milhões de viagens de transporte de cana-de-açúcar no Brasil tem a rastreabilidade digitalizada pelo CDC.

Mas afinal, como funciona essa tecnologia? Com o Certificado Digital de Cana o monitoramento da colheita é feito com o auxílio de computadores de bordo instalados nas máquinas e tratores que operam no campo, assim como nos caminhões. Neles, são identificados, automaticamente, quando a colhedora de cana está carregando o trator transbordo, a data e hora do carregamento, o local onde estão trabalhando, da fazenda ao talhão, qual a identificação do trator, a capacidade e quem são os operadores.

“Com a comunicação entre as máquinas, o computador de bordo da colhedora compartilha as informações dele com o trator. Quando o computador do trator, identifica o processo de transferência de carga de maneira automática para o caminhão, ele compartilha com o computador do veículo as informações que recebeu da colhedora e as suas. Cada cliente tem sua particularidade, mas em média, um caminhão recebe quatro cargas para completar o carregamento e realizar a viagem”, detalha Galana.

 

Visualização da tela do CDC -Certificado Digital de Cana (Crédito: Solinftec)

Na nova versão do CDC, a nuvem, a Solinftec utiliza ainda a tecnologia RFID para aumentar a robustez do sistema na identificação do caminhão, sendo próprio ou de terceiros, aumentos a facilidade operacional, além aumentar os controles de checkpoints do caminhão dentro da usina. A tecnologia gera informações como:

  • A identificação de todas as frotas do processo de corte, carregamento e transporte: colhedoras, tratores transbordos e caminhão canavieiro;
  • Dados dos operadores de todos os equipamentos;
  • Quantidade de cargas feitas em cada uma das viagens;
  • A fazenda origem de cada uma das cargas;
  • Data e hora de cada uma das cargas;
  • Os tempos de logística do caminhão: hora que saiu da usina para a frente de carregamento, hora em que começou e terminou o carregamento, hora de saída da frente, hora de chegada na usina, tempo de balança, tempo de descarregamento na usina, e tempo de disponibilidade no pátio.
  • Indicadores de desempenho das frentes de trabalho e dos operadores;

Segundo Galana, o CDC contém a informação de produção final de cada grupo de trabalho, quanto os equipamentos e operadores com confiabilidade. Essa segurança no dado, permite que a usina ou produtor identifique os melhores e piores e crie plano de ações assertivos.

“É ter segurança para puxar a régua lá em cima para os piores, com base nos melhores que trabalham lado a lado, mostrando que é possível fazer mais”, adiciona.

Além disso, com inúmeros dados gerados, é possível enxergar os excessos ou mal dimensionamento de equipamentos em uma frente de trabalho, que pode provocar ociosidade. Neste caso, segundo Galana, o benefício é dobrado, pois quando se reduz a quantidade de equipamento, aumenta a produtividade dos que sobraram, além de enxugar todo o custo que o excedente gerava.

“Ter uma rastreabilidade segura, melhora o planejamento do trato cultural que será feito pós-colheita, além de elucidar decisões de reforma do canavial. A assertividade da rastreabilidade possibilita o produtor a alcançar certificações e selos sobre a origem de seus produtos, elevando sua competitividade e preços no mercado nacional e internacional”, destaca.

Com a maior rastreabilidade a cana produzida, a usina também sofre impactos do ponto de vista ambiental e de sustentabilidade. Isso porque, segundo Galana, o CDC proporciona confiabilidade ao digitalizar informações que antes eram feitas à mão, oferecendo ao produtor dados precisos sobre a origem da cana.

“Essas informações são fundamentais para os produtores que buscam o Selo Verde Brasil, uma certificação do Governo Federal que mostra a rastreabilidade dos produtos, visando uma economia mais verde e com menor impacto socioambiental. Com todas as informações rastreadas, é possível saber a origem do produto, para o comprador tomar a decisão em relação às boas práticas de ESG de seus fornecedores”, salienta.

Com a utilização das soluções da Solinftec, é possível reduzir a emissão de CO2, uma vez que as informações obtidas possibilitam a otimização do uso de equipamentos como a logística, reduzindo assim, o uso de combustível, um dos principais responsáveis pelas altas emissões no campo.

Agro gera 5,1 bilhões de registros de operações agrícolas

A Solinftec é pioneira no desenvolvimento de soluções de inteligência artificial para o agro. Há 17 anos no mercado, a companhia detém a maior base de dados e informações para o agronegócio do mundo. Para se ter noção dessa grandeza, são gerados 5,1 bilhões de registros de operações agrícolas todos os meses.

É como se a companhia escrevesse um livro de 7335 páginas para cada hectare de terra com solução Solinftec. “Mesmo assim, entendemos que a maior riqueza não é o volume, mas dois pontos: a diversidade de dados que compõem o ecossistema e a Alice que converte esses dados em informações, ações e insights valiosos. Aprendemos ao longo dos anos que para melhorar cada vez mais um processo agrícola, precisamos monitorar não só a colheita, mas também o preparo de solo, plantio, tratos culturais e condições climáticas em todas as fases do campo. Assim criamos soluções diferentes que se somam para compor um ecossistema ajustado para todas as áreas da agricultura. Fomos os primeiros a aplicar IA na ponta, para integra e automatizar processos das operações e compilar esse universo de dados”, disse Galana à RPAnews.

A companhia desenvolve soluções hoje que atendem todos os tipos e fabricantes de equipamentos agrícolas e que se encaixam nas particularidades de cada cliente. “Buscamos sempre ser uma solução não impositiva, e sim orgânica ao processo agrícola. Assim, seguimos com nosso DNA como diferencial, de trabalhar e aprender com junto com nossos clientes, usar a criatividade e tecnologia para criar soluções que validem e se provem no dia a dia das operações agrícolas”, conclui o gerente de Produto da Solinftec.

Natália Cherubin para RPAnews
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