Estudo inédito apresenta estratégias para reduzir emissões e acelerar a transição sustentável no setor agropecuário brasileiro
A Tereos, uma das líderes globais na produção de açúcar, etanol e bioenergia, anunciou sua participação como colíder no estudo “Descarbonização do agronegócio: Caminhos para reduzir emissões e promover sustentabilidade”, desenvolvido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) com apoio técnico da Boston Consulting Group (BCG). O estudo foi lançado oficialmente em 9 de outubro, durante um evento que contou com a presença do presidente da COP30, André Corrêa do Lago.
O documento traz um panorama abrangente sobre as emissões de gases de efeito estufa (GEE) do setor agropecuário brasileiro e as estratégias para mitigá-las. Também propõe soluções potenciais — divididas entre incentivos e viabilizadores — para implementar as principais alavancas de descarbonização. Entre as estratégias de maior impacto e com efeitos complementares, destacam-se os sistemas integrados, o plantio direto, a expansão de pastos de alto vigor, o plantio de cobertura e o uso de bioinsumos.
“Estudos como este são essenciais para acelerar a transição do agronegócio rumo a um modelo ainda mais sustentável, num momento chave para a agenda climática, com a realização da COP30 no Brasil. Ao participar ativamente desta iniciativa, reafirmamos o nosso papel de liderança nesse movimento, com compromissos claros de descarbonização, para uma agricultura cada vez mais de baixo carbono. Essa análise reforça que estamos na direção certa, com investimentos em alavancas importantes em toda a cadeia de valor, que contribuem de forma efetiva para a redução das emissões”, afirma Pierre Santoul, diretor-presidente da Tereos Brasil.
Além da Tereos, o projeto teve como co-líderes Amaggi, Bayer, Citrosuco, Nestlé e Syngenta, mobilizando mais de 40 entidades e empresas da cadeia agropecuária para mapear oportunidades e estratégias capazes de acelerar a redução das emissões de GEE no setor. Atualmente, o agronegócio responde por cerca de 480 MtCO₂e (milhões de toneladas de CO₂ equivalente) das emissões líquidas nacionais. Sem ações concretas, esse número pode chegar a 790 MtCO₂e até 2050. No entanto, com a adoção das alavancas identificadas, as emissões poderiam cair para 160–280 MtCO₂e, lacuna que depende de iniciativas ainda incipientes, mas com expectativa de amadurecimento e ampliação da adoção das práticas existentes.
O estudo estima que a implementação das iniciativas de mitigação exigirá investimentos entre USD 130 e 180 bilhões. Entre os principais viabilizadores e incentivos apontados estão: o aumento do capital catalítico destinado à descarbonização, a remuneração de produtores que adotem práticas regenerativas e a regulamentação e consolidação do mercado de carbono.
Primeira empresa do setor sucroenergético a ter suas metas de descarbonização validadas pela Science Based Targets initiative (SBTi), a Tereos já adota diversas práticas alinhadas às alavancas propostas no estudo, como agricultura regenerativa, uso de vinhaça, plantio direto e substituição de insumos químicos por bioinsumos.
O lançamento do estudo representa um passo decisivo para a construção de uma agenda concreta de descarbonização do agronegócio brasileiro, com reflexos diretos sobre competitividade, sustentabilidade e segurança global.
“Ao apoiar este estudo, reforçamos nosso compromisso como parte de uma coalizão de mais de 40 entidades, que trabalham juntas para identificar caminhos, compartilhar conhecimento e impulsionar o protagonismo do agronegócio brasileiro nessa jornada”, completa Pierre Santoul.