A Usina Alta Mogiana, por meio de nota, afirmou ontem, 15, que adiquiriu, juntamente com outras usinas, parte dos ativos biológicos do total de 3,6 milhões de toneladas da Unidade Santa Elisa, da Raízen Energia, que acaba de ser desativada em plena safra 2025/26.
De acordo com a diretoria da Alta Mogiana, em negociação firmada, a Usina Alta Mogiana S/A -Açúcar e Álcool assumirá aproximadamente 600 mil toneladas de cana, a partir da safra 2026. No entanto, a conclusão da operação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), bem como ao cumprimento das demais condições precedentes estabelecidas nos contratos.
São Martinho assumirá 10,6 mil hectares
A São Martinho também anunciou nesta terça-feira (15) a aquisição de parte dos ativos biológicos da Usina Santa Elisa. Segundo comunicado assinado por Felipe Vicchiato, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da São Martinho, a companhia assumirá aproximadamente 10.600 hectares de cana-de-açúcar atualmente sob contrato da Usina Santa Elisa. Esses ativos serão transferidos pela Raízen para uma nova sociedade (“Newco”), que será então incorporada à São Martinho.
A operação, que ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), representa um importante movimento estratégico da companhia para ampliar sua base de matéria-prima na região de Pradópolis (SP).
As áreas estão localizadas em um raio médio de 25 quilômetros da Unidade São Martinho, em Pradópolis, sendo cerca de 80% de cana própria e 20% oriunda de fornecedores. Com condições de solo predominantemente das classes A e B e clima favorável, a expectativa é que essas áreas produzam cerca de 600 mil toneladas de cana na safra 2026/27, chegando a 800 mil toneladas a partir da safra 2028/29.
O valor da operação é de até R$ 242 milhões, sujeito a ajustes até o fechamento, e será realizado sem a necessidade de novos investimentos industriais ou agrícolas – apenas com os custos variáveis habituais para a gestão das novas áreas. Toda a cana adquirida será processada na Unidade São Martinho, que possui capacidade de moagem de 50 mil toneladas por dia.
O valor da venda das 3,6 milhões de toneladas, segundo a Raízen, gira em torno de R$ 1,045 bilhão, com pagamento à vista no fechamento da operação. A venda foi realizada com um múltiplo implícito de aproximadamente US$ 53 por tonelada de cana, desconsiderando o ativo industrial da usina. Outras compradoras envolvidas na operação são a Usina Bazan, Usina Batatais, Pitangueiras e Viralcool.
Natália Cherubin para RPAnews