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Uso de colhedora de duas linhas avança nos canaviais

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Cerca de 50 unidades da CH 950 já estão operando nos canaviais em (Foto/Divulgação: John Deere)
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O recente reajuste no preço do diesel aumenta ainda mais o benefício do uso das colhedoras de duas linhas, o que deve reforçar a tendência de mais áreas de colheita com essa tecnologia

As colhedoras de cana de duas linhas estão avançando nos canaviais e o motivo disso é que a tecnologia hoje disponível para o mercado canavieiro, garante ganhos operacionais e agronômicos importantes para usinas e produtores de cana-de-açúcar.

De acordo com Marcelo Lopes, diretor de vendas da John Deere Brasil, a CH950 já está em campo de forma comercial desde a safra 2019/2020 e hoje mais de 50 unidades estão em operação com mais de 100 mil horas trabalhadas. O ganho de escala, segundo ele, possibilitou acelerar o aprendizado da tecnologia.

“Operacionalmente, observamos neste período, produções de 900 toneladas até 3.880 toneladas por dia colhidas com ela. Vale ressaltar ainda que, com as duas linhas de colheita trabalhando simultaneamente, é possível garantir mais qualidade e assertividade no corte da cana e otimizar o gasto de energia. Outro fator importante é a tecnologia embarcada no equipamento que permite que o produtor possa mensurar tudo que foi planejado e executado. O fato da CH950 ter  duas linhas de colheita simultânea que a faz atingir às necessidades da cultura e do produtor, mas sim todo o ecossistema tecnológico existente na máquina”, explica.

Agronomicamente, a redução da compactação do solo já mostra benefícios na brotação e desenvolvimento das soqueiras. Mas, de acordo com Lopes, ainda há muito que se aprender sobre qual é o melhor manejo de tratos culturais a ser usado, apesar do evidente ganho com a canteirização.

“Outro ponto a ser estudado é a redução do espaçamento para 1,40m – a CH950 permite a colheita nesse espaçamento e creio que para a maioria das condições brasileiras essa redução pode resultar em maior produtividade agrícola”, destaca Lopes.

Sistematização e colheitabilidade

A companhia traz números interessantes quanto a redução de custos por tonelada de cana, que ocorrem com aumento de produtividade, redução de consumo de combustível e diminuição de perdas de cana. Ao colher duas linhas simultaneamente, a máquina consegue dobrar a produção horária das máquinas tradicionais, além de reduzir em 30% o consumo de combustível, 60% das perdas de cana totais e 28% dos tratores de transbordo, resultando em 22% menos custo por tonelada.

No entanto, para a melhor performance da colhedora, é preciso estar atento a dois aspectos: sistematização e colheitabilidade. A máquina, segundo Lopes, deve colher posicionada nas linhas gêmeas, ou seja, onde foi o rastro do trator de plantio, para evitar que haja variação de distância entre as linhas que estão sendo colhidas.

Outro fator relevante é que o dimensionamento de logística seja ideal, com malhadores bem-posicionados e números de tratores transbordos suficientes para que a operação não pare por falta deles. “Também é importante que os produtores estejam atentos ao rendimento diário da máquina, consumo de combustível e os transbordos e aceiros de colheita. Além disso, a CH950 trouxe à tona a discussão sobre o tamanho ideal do transbordo“, destaca Lopes.

E o mercado de máquinas de uma linha ou duplo alternado? Sobreviverá às colhedoras de duas linhas? De acordo com Lopes, o questionamento é uma visão inicial do processo de transformação. “Me lembro que quando começamos a mecanizar a colheita também houve esse momento em que as máquinas não podiam colher toda a área. A CH950 é bastante versátil para o porte dela, ao realizar menos manobras em uma determinada área tem se mostrado eficiente também em locais com linhas curtas ou bicos da sulcação. Já temos um cliente que nessa safra colherá apenas com CH950”, afirma o Diretor de Vendas da John Deere, que revela existirem mais de 500 unidades de colhedoras adaptadas ao espaçamento duplo alternado em operação.

O recente e significativo reajuste no preço do diesel aumenta ainda mais o benefício dessa máquina o que deve reforçar essa tendência de incrementar a área de duas linhas. No entanto, de acordo com Lopes, a companhia seguirá investindo na modernização das CH570 e CH670, pois entende que seguirá havendo mercado para elas, seja pelo porte do cliente ou pela decisão de usar o espaçamento combinado.

“A John Deere continuará fornecendo as melhores tecnologias para atender os produtores de forma eficaz, inovadora, econômica e sustentável. Assim, conseguimos produzir mais para atender às necessidades nacionais e globais, preservando e ajudando o mundo inteiro na produção de alimento próspero e seguro”, adiciona Lopes.

Marcelo Lopes: “O ponto principal é a redução de pelo menos 22% no custo da tonelada de cana colhida, o retorno do investimento virá disso. O prazo será variável de acordo com as características de cada cliente, mas muito nos anima ver que a imensa maioria dos clientes que já experimentou a CH950 voltou a comprar a máquina.”

Payback virá da redução de custos

A colhedora de duas linhas da companhia custa o dobro da máquina de uma linha. No entanto, para entender qual é o payback da máquina é preciso avaliar o impacto dela como um todo, inclusive na operação de transbordo. “O ponto principal é a redução de pelo menos 22% no custo da tonelada de cana colhida, o retorno do investimento virá disso. O prazo será variável de acordo com as características de cada cliente, mas muito nos anima ver que a imensa maioria dos clientes que já experimentou a CH950 voltou a comprar a máquina”, revela. Lopes.

Além disso, é preciso olhar para além da análise financeira, por ser um projeto sustentável que contribui para a melhoria das condições para o crescimento da cana-de-açúcar, diminuindo a compactação da área em 60%, o que aumenta a produtividade e a longevidade do canavial, além de reduzir as emissões de CO2 com menor consumo de combustível e redução de tratores de transbordo.

“Outro fator importante é a tecnologia embarcada no equipamento que permite que o produtor possa mensurar tudo que foi planejado e executado”, adiciona.

O desenvolvimento  da CH950 contou com a colaboração e apoio de diversos clientes em diferentes regiões. Atualmente, as mais de 50 unidades no campo já acumulam mais de 100 mil horas de trabalho e a rede de concessionários da companhia, de acordo com Lopes,  já tem um bom conhecimento do produto e estoque de peças para garantir a alta disponibilidade mecânica que se espera de um produto assim.

“As colhedoras de cana CH570, CH670 e CH950 oferecem as tecnologias mais avançadas em agricultura de precisão e gestão de frota. O mapa de produtividade que era uma demanda forte do setor também está disponível. A companhia está sempre atenta às novas tendências para o setor, desenvolvendo constantemente tecnologias e soluções que melhor atendem a todos os perfis de produtores, apoiando assim o aumento de lucratividade e rentabilidade de todo o segmento de cana”, salienta Lopes.

Este ano a companhia trará surpresas para a Agrishow 2022, que acontecerá entre os dias 25 e 29 de abril. “Teremos muitas surpresas e o foco será levar para nossos clientes o que a John Deere tem feito para tornar suas operações mais eficientes. A empresa está se transformando para liderar a evolução da agricultura e a cana é muito relevante para nós”, afirma Lopes.

Por Natália Cherubin

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