O recorde do ano safra 2024/2025 marcou a trajetória de 78 anos da Zilor com duas operações estratégicas que reforçam o novo ciclo de crescimento: a conclusão da venda de 70% da Biorigin para a Lesaffre, fortalecendo sua atuação no mercado de ingredientes naturais, e a aquisição da Salto Botelho Agroenergia, ampliando sua presença no setor sucroenergético. As movimentações indicam o posicionamento da Companhia como protagonista na transição para uma economia mais sustentável e inovadora
A Zilor Energia e Alimentos, empresa brasileira com 79 anos de atuação no setor sucroenergético, encerrou a safra 24/25 atingindo um patamar recorde de R$ 3,7 bilhões de receita líquida, aumento de 6,6% em comparação com o período anterior, reflexo da eficiência operacional, disciplina na gestão, adoção de um mix mais açucareiro e foco na geração de valor.
A disciplina na gestão operacional e financeira, e a correta alocação de recursos foram fundamentais para a forte geração do EBITDA Ajustado, que também alcançou um recorde de R$ 1,085 bilhão na safra 24/25, crescendo 5,0% em relação à safra anterior. A moagem de cana totalizou 10,6 milhões de toneladas, em linha com o plano estratégico conservador adotado diante de condições climáticas adversas apresentadas no ano safra, impactando negativamente o indicador de TCH (Tonelada de Cana por Hectare), com redução de 9% totalizando 74,8 ton/ha, se comparado com safra anterior.
Mesmo com um volume inferior de moagem de cana-de-açúcar de 7,4% frente à safra anterior, a Companhia obteve ganhos operacionais, com ATR de 141,0 kg/ton (+2,1%) e crescimento de 16,1% na exportação de energia (647,3 mil MWh), devido ao incremente da produção de energia, resultado do projeto de expansão realizado na unidade Barra Grande, em Lençóis Paulista (SP).
O lucro bruto foi de R$ 800 milhões, com margem de 21,5%, um crescimento de 16,5% frente à safra anterior. Quando ajustado pela variação do ativo biológico, o crescimento foi de 5,1%, mesmo com o impacto da separação da Biorigin, que reduziu a sinergia no ativo biológico da Açucareira Quatá. Na Safra 24/25 o Lucro Líquido atingiu R$ 36 milhões, com contribuição do incremento das receitas e etanol, ante um prejuízo ajustado, considerando a exclusão do recebimento dos precatórios para melhor comparabilidade, de R$ 59 milhões na safra passada, com busca por maior rentabilidade e geração de valor da Companhia.
“Mesmo em um ano desafiador, com condições climáticas severas, nossa estratégia de safra assertiva e conservadora, ancorada pela nossa eficiência na indústria e no campo, garantiu o cumprimento das entregas como planejado, além de fortalecer nossa posição financeira para os próximos ciclos, marcando um resultado recorde de receita líquida e EBITDA Ajustado”, destacou Andre Inserra, CEO da Zilor.
Como destaque ESG, a Zilor alcançou um marco significativo ao se tornar a primeira empresa do setor agroindustrial a obter a declaração de conformidade com a prática recomendada ABNT PR 2030. Esta conquista reflete o estágio de maturidade da Companhia em integrar critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) em sua estratégia e operações, solidificando sua reputação e competitividade no mercado: “Essa conquista reflete o estágio de maturidade da Companhia em integrar critérios ambientais, sociais e de governança em sua estratégia e operações com foco no crescimento longevo e sustentável”, reforçou Inserra.
Finalmente, Inserra destaca a disciplina operacional e financeira “como pilar fundamental para a alocação de recursos, impulsionando a reavaliação de nosso portfólio”. E conclui: “essa estratégia visa otimizar a estrutura de capital da companhia e fortalecer o foco em nosso core business no segmento sucroenergético”.
O índice da Dívida Líquida/EBITDA Ajustado da Zilor foi de 1,62x, ao final da safra 24/25 versus 0,98x apresentado no ciclo anterior. A companhia reitera seu comprometimento com a desalavancagem, ressaltando que o incremento momentâneo neste indicador reflete as recentes movimentações estratégicas anunciadas. É importante destacar que não estão contemplados aqui os recursos provenientes da venda da Biorigin, concluída em maio de 2025. Considerando este efeito pro forma, o indicador Dívida Líquida/EBITDA Ajustado seria de 1,00x, em linha com a estratégia e solidez financeira da Zilor, trilhando sua trajetória de compromisso com a desalavancagem.
Movimentos estratégicos
A safra passada consolidou dois movimentos estratégicos que pavimentam um novo ciclo de crescimento da companhia. Segundo Inserra, a conclusão da venda de 70% da Biorigin para a Lesaffre, empresa francesa independente e líder global em fermentação e microrganismos, “representa um marco estratégico para escalar a produção de derivados de levedura da companhia, com elevado potencial sinérgico, que envolve produtos de alto valor agregado”. Essa transação não apenas reforça o comprometimento da Zilor com o crescimento e alocação de capital e geração de caixa, mas também evidencia a otimização contínua da estrutura de balanço, suportando um importante movimento para a continuidade da rota de destaque no segmento de leveduras. A Biorigin registrou crescimento de 20,1% na receita líquida na safra somando R$ 726,4 milhões e 46,3% no 4T25, registrando o montante de R$224,1 milhões. A Zilor continua com participação de 30% na Biorigin S.A. e atuação no segmento de nutrição animal, através da fermentação alcóolica nas Unidades São José (Macatuba-SP) e Barra Grande (Lençóis Paulista).
Simultaneamente, a Zilor concluiu a aquisição da Unidade Salto Botelho, localizada no município de Lucélia (SP), em dez/24, como parte de sua estratégia de focar na sua expertise no setor sucroenergético. O investimento de R$ 600 milhões (valor da empresa), agregou 15% de capacidade de moagem, de 13,8 milhões de toneladas e fortaleceu as operações da companhia, que agora passa por processo de integração em várias frentes, a fim de introduzir os valores da Zilor à operação. Com a aquisição, a Zilor passou a contar com aproximadamente 4,4 mil colaboradores.
A concretização dessa transação reforça o compromisso da Zilor com resultados sólidos e sustentáveis, e proporciona oportunidade para crescer em uma nova região com localização favorável, tornando a empresa ainda mais competitiva.
Desempenho operacional e disciplina de execução
A moagem total de cana-de-açúcar somou 10,6 milhões de toneladas, redução de 7,4% em relação à safra anterior, aderindo à estratégia adequada e conservadora planejada da safra para o período, diante dos desafios climáticos previstos. Apesar da menor moagem, a Zilor demonstrou eficiência, com o Açúcar Total Recuperável (ATR) por tonelada de cana alcançando 141,0 kg/ton, um aumento de 2,1% em relação à safra anterior, e um mix açucareiro que proporcionou melhor remuneração. A confiabilidade nas informações e entregas em relação à estratégia adotada contribuíram para os resultados apresentados, mesmo diante de um cenário climático severo.
Sobre produção, a Zilor demonstrou flexibilidade impulsionada por eficiência operacional e mix açucareiro. O volume consolidado de açúcar foi de 686,9 mil toneladas, uma redução de 7,4%, com foco na maximização da produção de açúcar bruto. O etanol, por sua vez, teve a produção reduzida em 4,6%, totalizando 473,2 mil m³, com a priorização do etanol hidratado em linha com a tendência de maior consumo para atender a demanda do mercado de abastecimento de veículos.
O Capex da safra totalizou R$766,3 milhões, queda de 21,5% em relação ao ciclo anterior, impactado pelo término dos investimentos em cogeração de energia, somado aos menores investimentos industriais e agrícolas. Importante ressaltar que R$ 43,6 milhões são referentes ao Capex da Unidade Salto Botelho, destinados para os tratos culturais e a manutenção de entressafra.
Um avanço significativo foi a exportação de energia, que cresceu 16,1% na safra 24/25, atingindo 647,3 mil MWh, impulsionada pela entrada da operação do novo projeto de expansão de cogeração de bioeletricidade na unidade Barra Grande, em Lençóis Paulista (SP). Essas estratégias demonstram o compromisso da Zilor em otimizar sua produção e gerar valor em um ambiente de mercado dinâmico.
