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Zilor fecha safra 2022/23 com moagem 7% acima, atingindo 10,5 milhões de toneladas

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Além da melhora na moagem e produtividade, a companhia registrou uma Receita líquida recorde, de R$ 3,4 bilhões

A Zilor Energia e Alimentos, grupo importante sucroenergético com três usinas, divulgou que teve alta de 7% na produção de cana-de-açúcar da safra 2022/23. Dados do fechamento de safra, anunciados na última semana, mostram que a companhia processou 10,5 milhões de toneladas, frente as 9,9 milhões da safra 2021/22.

Com aumento de 19,6% na moagem de cana própria, que representa 31,9% do total, e 2 % em moagem de terceiros, a Zilor registrou ainda uma produtividade 5,4%, maior, fechando a safra com média de 79,3 t/ha. Já o ATR, que foi de 138,5 kg/ton, sofreu redução de 2,7%, quando comparado com o mesmo período da safra anterior.

Na região de Lençóis Paulista, o TCH foi de 77,7 t/ha, um incremento de 2,2% frente a safra anterior, e ATR de 140 kg/t, redução de 2,3%. O destaque foi a unidade Quatá/SP, onde concentra-se a maior parte da produção própria da Zilor, com alta de 15,1% no TCH, atingindo 72,7 t/ha na safra 22/23 versus 63,2 t/ha no ano anterior, e ATR de 134,8 kg/t representando redução de 4,8% em relação a temporada anterior.

“O incremento expressivo na moagem da região de Quatá/SP é resultado de aumento de produtividade da cana própria em função de investimentos e mudanças em processos que estamos implementando nos últimos anos”,  afirmou a companhia em relatório.

O aumento no TCH também está relacionado com o volume de chuvas distribuídas ao longo da safra que, somado a investimentos realizados para recuperação da produtividade, com evolução do pacote tecnológico, contribuíram para esse incremento. Segundo a Zilor, foram realizados investimentos que garantiram maior eficiência no controle de pragas e plantas daninhas; ajustes nas dosagens de fertilizantes minerais aplicados via solo, incremento forte na nutrição via foliar e corretivos de solo; a companhia teve disciplina operacional na execução do que é necessário e no momento correto e também ampliou a área de fertirrigação, em linha com o Plano Diretor de Irrigação.

“Todas essas iniciativas somadas a outras práticas já adotadas pela companhia, contribuíram para o incremento da produtividade. Já o impacto das chuvas no ATR foi oposto, causando perda de açúcar na cana e diminuindo o teor de sacarose”, afirmou a companhia em relatório.

Receita líquida foi recorde

Além da maior produção de cana, a companhia registrou alta de 5,8% na sua Receita líquida, que atingiu R$ 3,4 bilhões. Foi a maior receita líquida na história de 76 anos da Companhia e, segundo a Zilor, mesmo em um ambiente desafiador, além de registrar a maior receita líquida da sua história, a companhia também quebrou seus próprios recordes na operação. Isso foi possível graças as incisivas ações de melhoria somados a eliminação de desperdícios e maior eficiência das equipes.

“Na agroindústria, melhoria de processos na lavoura e indústria nos permitiu registrar evolução na produtividade e na moagem. Direcionamos esforços para a recuperação da produtividade, com a evolução do pacote tecnológico, associado ao timing correto para aplicação de fertilizantes, controle de pragas, bem como ampliação na área de fertirrigação, que resultou em uma melhor produtividade agroindustrial”, disse.

O EBITDA Ajustado foi de R$ 961,1 milhões, com margem de 28,2% e Lucro Líquido de R$ 350,8 milhões. O caixa e equivalente de caixa encerrou em 31/03/2023 com volume de R$ 1.651,5 milhões.

Em março de 2023 o indicador Dívida Líquida/EBITDA Ajustado foi de 1,94x ante 1,26x em março de 2022, aumento de 0,68x nos últimos 12 meses. A dívida líquida em 31/03/2023 era de R$ 1.861,7 milhões, aumento de 35,8% frente aos R$ 1.370,9 milhões observados em 31/03/2022. Alavancagem foi impactada pelo aumento de capex, principalmente pelos projetos de cogeração de energia.

De acordo com a companhia, para fazer frente ao projeto de expansão de energia nas Usinas São José e Barra Grande, que possibilitará o aumento em até 60% da exportação de energia, a Zilor emitiu debêntures de infraestrutura no montante de R$ 450,0 milhões, com prazo mais longo de pagamento e taxas competitivas.

“O investimento na ampliação do negócio de Energia Renovável, está alinhado com a estratégia de diversificação dos negócios diminuindo o impacto das oscilações das commodities e contribuindo para maior previsibilidade na geração de caixa”, disse a companhia em relatório.

O projeto de expansão de cogeração de energia da Usina São José já foi entregue em abril de 2023 e já está operando com energia contratada para safra 23/24.

Produção e receita de etanol, açúcar e energia também cresceram

A produção de açúcar na safra 2022/23 somou 694,9 mil toneladas, 5,2% superior a 660,4 mil toneladas registradas na
safra 2021/22. A receita de açúcar somou R$ 1.187,4 milhões com aumento de 24,3% em relação ao safra 21/22.

De acordo com a companhia, o maior preço médio de açúcar, somado ao incremento de 5,4% no volume de vendas, resultaram no aumento de receita da unidade. As operações de hedge tiveram contribuição relevante nos patamares dos preços e estão relacionados com a política de fixação de preço futuro de açúcar para mitigação de oscilações de mercado e melhor previsibilidade da receita.

Os volumes fixados foram de 259 mil toneladas na safra 23/24 e 261 mil toneladas na safra 2024/25, a preços médios de R$1.994/t e R$ 2.150/t, respectivamente.

A produção do etanol somou 450,6 mil/m3, 1,7% superior aos 443,2 mil/m3 registrados na safra anterior. No período, a produção do etanol foi direcionada para o anidro para capturar maior valor agregado e oportunidades de vendas.

A unidade de etanol registrou receita líquida de R$ 1.353,5 milhões, montante 7,2% inferior ao registrado na safra
anterior. O menor preço do etanol foi parcialmente compensado pelo aumento de 1,7% no volume de vendas. “O preço,
por sua vez, foi impactado, principalmente, pela desoneração de tributos nos combustíveis ocorrida no 2T23, adicionado a variação do preço do petróleo que, embora mais alto no ano, foi mitigado pelo menor nível de câmbio na comparação dos períodos”, disse a companhia.

A energia exportada foi de 490,5 mil MWh na safra 2022/23, aumento de 1,4% em comparação com a safra 2021/22, que totalizou 483,7 MWh. Esse aumento está relacionado com o maior volume de cana processada. A energia produzida com o bagaço da cana abastece 100% das unidades produtivas e o excedente é vendido ao mercado por meio de leilões e contratos com distribuidores de energia elétrica, onde cerca de 98% do volume produzido está contratado.

O preço médio da energia na safra 2022/23 foi R$ 237,10/MWh vs. R$ 243,90/MWh na safra 21/22, queda de 2,8% que, apesar dos reajustes positivos, foram impactados por redução significativa nos preços do mercado Spot, decorrente do maior volume de chuvas na safra 22/23. “Em energia elétrica, a receita atingiu R$ 117,2 milhões do período, 2,2% superior ao mesmo período da safra passada, resultado do volume de exportação de energia contratada superior ao da safra passada”, disseram.

Natália Cherubin para RPAnews
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