Com bons níveis de precipitação no primeiro trimestre, a safra 2022/23 deverá ter uma recuperação de 3,65%, o que significa uma moagem de 542,53 milhões de t, frente a 523,44 da temporada 2021/22.
A recuperação, de acordo com análise do Pecege, é tímida, se comparada a temporada anterior. Na amostragem realizada pelo Pecege, do acumulado da atual temporada, até 19 de junho, o TCH se mostra 2,6% maior na safra atual, chegando a cerca de 80 toneladas por ha, e o ATR com queda de 5,2%.
Mesmo com o início tardio da colheita, a qualidade da cana não deve ser prejudicada ao final da safra. No entanto, o ATR ainda deve ficar abaixo da safra anterior e da média dos últimos anos. A projeção do Pecege é que o ATR médio (kg/t) deva cair 4,16%, ficando em 136,96.
A safra será mais alcooleira. O mix de etanol deve ficar acima da média dos últimos anos durante o pico da safra. No entanto, mudanças na formação de preço do biocombustível podem modificar a paridade entre os produtos de alterar a sua trajetória.
A projeção para a safra 2022/23 do Pecege é de um mix de 58,54% para o etanol, com produção de 27,97 bilhões de l do biocombustível e 29,35 milhões de toneladas e açúcar. Desse montante, o etanol de milho será responsável por 3,84 bilhões de litros, um crescimento de 10,68%, se comparada com a temporada anterior.
Preço do ATR
A previsão do Pecege para o preço do ATR até o final da safra 2022/23 é de R$1,2007, uma variação de 1,8% com relação ao fechamento da safra 2021/22. Esse número é considerado no cenário base, com a manutenção das condições atuais, ou seja, com o ICMS acima de 25% sobre a gasolina e incidência de Pis/Cofins e Cide sobre gasolina e etanol.
Agora, caso hajam mudanças tributárias com redução do ICMS da gasolina para 18% e redução de 13,3% para 9,56% no ICMS do etanol acompanhado da desoneração de todos os impostos federais dos combustíveis até o final do ano, esse número pode cair para R$ 1,1103.