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Índia: safra 2023/24 deve atingir 31,4 milhões de toneladas

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Nenhuma mudança nos fundamentos foi observada na semana passada: a safra do Hemisfério Norte ainda deve ficar abaixo da média, os excelentes resultados do Brasil não são surpresa e a entrega de açúcar bruto foi a mais alta possível: 2.87Mt. O volume entregue na bolsa ficou em linha com as expectativas do mercado, conforme sinalizado pelo prêmio físico no porto de
Santos e pelos contratos em aberto, sendo 242% superior à média de 7 anos, 840kt.

De acordo com análise da hEDGEpoint Global Markets, foi interessante observar que o açúcar se manteve resistente a correções. Segundo Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da hEDGEpoint Global Markets, as razões para isso foram principalmente especulativas e macro relacionadas.

“Embora o adoçante tenha enfrentado algumas correções no início da semana, com a força do dólar americano dado o baixo desempenho de índices econômicos do país e a expectativa de um posicionamento mais agressivo do Fed, assim que o complexo energético se recuperou, o açúcar também encontrou novo fôlego. Com o vencimento de outubro, março, que é impulsionado principalmente pelas condições de safra do Hemisfério Norte, não parece ter muitos motivos para reduzir tão cedo”, avalia Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da hEDGEpoint Global Markets.

“No entanto, permanecemos cautelosos quanto à extensão da tendência de alta. É preciso observar o clima da Índia”, complementa.

Em julho deste ano, o mercado apostava num clima normal e numa produção superior a 33 milhões de toneladas para o país. Naquela época, a hEDGEpoint argumentou em seus relatórios que era muito cedo para afirmar normalidade, especialmente com o El Niño à espreita.

“Neste contexto, estimamos 31,4 milhões de t e não alteramos nossos números desde então. Estávamos pessimistas, pois algum efeito do padrão climático poderia induzir um mau desenvolvimento da cana e a perda de sacarose e, portanto, estávamos quase 2 milhões abaixo da média do mercado”, afirma a especialista.

O El Niño foi confirmado e a monção atrasou. Houve poucas chuvas em julho e agosto enfrentou a pior precipitação em 100 anos. “Olhando para o Índice Padronizado de Precipitação (SPI) – um índice importante e bem aceito para monitoramento de secas usado pelo Ministério da Agricultura da Índia para definir se uma região foi afetada pela seca ou não – é possível notar que mesmo com um agosto severo, os principais estados produtores, como Uttar Pradesh, Tamil Nadu e Gujarat, sofreram pouco durante todo o período (junho a setembro)”, observa Lívea.

Ainda de acordo com ela, muitos distritos de Maharashtra e Karnataka foram gravemente afetados, mas, olhando para o quadro mais amplo, esta produção inferior a 30 milhões de toneladas ainda é difícil de compreender, porque, de acordo com a analista, a Índia já surpreendeu o mercado positivamente no passado.

Sendo assim, considerando 31,4 milhões de toneladas de cana, a Índia poderia ter algum excedente de açúcar para exportar. “Mas entendemos que a decisão é altamente política. Com o programa de etanol, as preocupações com a segurança alimentar em meio ao ano eleitoral e o aumento dos preços dos combustíveis, a ideia de não haver exportações é de fato muito provável. A Índia estaria, neste caso, optando por reabastecer e se aproximar do limite habitual de estoque de três meses de consumo”, adiciona a analista.

Sendo assim, embora a análise da hEDGEpoint não tenha alterado a expectativa de produção, assume como caso base a ausência de exportações indianas. Segundo Lívea, parte da redução observada na estimativa da Índia (1,3 milhões de t em exportações) foi compensada pela maior disponibilidade do Brasil, mas esta última está longe de ser suficiente para evitar um déficit durante o primeiro e segundo trimestre de 2024, o que significa uma tendência de alta para o contrato de março 2024.

“Outras mudanças foram feitas em nosso balanço global de açúcar. Revisamos a disponibilidade da Tailândia e do México para baixo em 2023/24, do Brasil e da Ucrânia para cima, e acatamos as alterações mais recentes do USDA sobre as condições de colheita dos EUA, entre outros”, disse em relatório Lívea.

Para a analista, ao contrário do que acontece no mercado de açúcar bruto, o Brasil oferece pouco conforto ao mercado de branco, uma tendência que contribui para a manutenção de um alto prêmio do branco e que deve perdurar ao longo dos últimos meses do ano e, possivelmente, pelo início do próximo.

Confira relatório na ÍNTEGRA.

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