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Carbonless Summit destaca nova fronteira de negócios para usinas de etanol

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Na próxima segunda-feira (04), em São Paulo (SP), começa o Carbonless Summit, encontro internacional que irá destacar o mercado bilionário de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês), que se abre para as usinas de etanol a partir da recém-sancionada lei do Combustível do Futuro. Entre as presenças confirmadas de especialistas brasileiros e internacionais está a do deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), relator da nova legislação, que fará o discurso de abertura do evento.

A programação, que se estende até a terça-feira (05/11), vai detalhar temas como a utilização de tecnologias para viabilizar o armazenamento de carbono no solo e com isso, aumentar ainda mais a redução de emissões atingida pelo uso do etanol, abrindo assim novas oportunidades de receita para as usinas que produzem o biocombustível. Os mesmos equipamentos que injetam carbono para auxiliar o bombeamento do petróleo agora estão prontos para aprimorar a sustentabilidade do etanol.

A tecnologia de CCS no setor de etanol pode resultar em ganhos financeiros para as usinas tanto por meio da geração e comercialização de créditos de carbono como também pela certificação do biocombustível como “zero emissor” ou “emissor negativo”. Isso permite que o etanol seja monetizado com ágio em mercados que valorizam este atributo.

Organizado pela Hidroplan e a CCS Brasil, a programação do Carbonless Summit inclui discussões sobre etanol com pegada negativa de carbono; armazenamento de CO2 em depósitos geológicos – como e quanto?; investimentos e mercados de carbono; aspectos legais – como acomodar e acelerar esse mercado; e casos práticos, entre outros assuntos.

Mercado de bilhões

O Brasil tem potencial de captura de carbono em torno de 200 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano. Neste sentido, o mercado brasileiro de captura e armazenamento de carbono no solo tem perspectiva de movimentar entre R$ 14 e R$ 20 bilhões anuais, com participação significativa do setor de etanol, indicam estimativas da CCS Brasil. Já o mercado mundial de CCS deve movimentar US$ 3,54 bilhões em 2024, com estimativa de atingir US$ 14,51 bilhões em 2032.

O etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil já reduz em até 90% as emissões de gases que contribuem para as mudanças climáticas. A captura e o armazenamento do CO2 gerado durante o processo de produção do biocombustível faz com que essa pegada de carbono seja ainda menor, chegando a ser negativa.

“As mais de 360 usinas que produzem etanol no Brasil têm a oportunidade de fazer do País o líder global nesse mercado, abrindo as portas para o acesso aos créditos de carbono e criando mais uma fonte de receita para as usinas”, explica o geólogo Everton Oliveira, presidente da Hidroplan.

O CCS está previsto, por exemplo, na lei da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) e pode significar oportunidade para a geração de um maior volume de Créditos de Descarbonização (CBios) e consequentemente de renda para as usinas de etanol.

“O RenovaBio originalmente prevê um bônus de até 20% na nota de eficiência energética para as unidades produtoras de etanol que emitirem CBios lastreados no armazenamento de carbono no solo, permitindo assim a possibilidade da emissão de mais títulos por parte das usinas”, diz o geólogo Milas Evangelista de Souza, ex-Petrobras e um dos principais especialistas em CCS no Brasil, que também será palestrante no Carbonless Summit.

“A lei do Combustível do Futuro chega para estabelecer o marco-regulatório de CCS no país, determinando as diretrizes gerais para a atividade. A legislação vai dar o arranque definitivo do tema no Brasil, destravando projetos já engatilhados, que avançam agora para a fase de real implantação”, conclui Isabella Morbach, diretora da CCS Brasil.

SERVIÇO:
Carbonless Summit
Dias 04 e 05 de novembro de 2024
Auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (CREA-SP)
Avenida Angélica, 2364 – São Paulo, SP

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