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Brasil e Japão: parceria histórica vai acelerar transição energética

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Memorando de Entendimento (MOU) vai fortalecer a colaboração entre Brasil e Japão no desenvolvimento e uso de biocombustíveis sustentáveis
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Memorando de Entendimento assinado entre UNICA e IEEJ reforça o papel do etanol brasileiro na transição energética global

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) e o Instituto de Economia da Energia do Japão (IEEJ) assinaram um Memorando de Entendimento (MOU, na sigla em inglês) para ampliar a colaboração entre Brasil e Japão no desenvolvimento e uso de biocombustíveis sustentáveis.

Oficializado durante a agenda setorial realizada em linha com a visita de Estado do presidente Luiz Lula Inácio da Silva à Tóquio, o documento reforça a relevância do etanol brasileiro na transição para uma economia de baixo carbono, promovendo o intercâmbio de conhecimento e tecnologia entre os dois países.

Com uma meta ambiciosa de elevar a mistura de etanol na gasolina para 10% até 2030, o Japão tem expandido a demanda por biocombustíveis e o Brasil possui importante diferencial competitivo nesta frente, como explica Evandro Gussi, presidente da UNICA, que acompanhou a comitiva brasileira em agenda no país asiático. “O Japão quer descarbonizar e o etanol brasileiro é a melhor solução para isso”, destaca.

Ainda de acordo com o executivo, o etanol produzido no Brasil também se apresenta como solução estratégica para além do setor automotivo e contempla as demandas do transporte marítimo e aéreo, com grande potencial na produção de Combustível Sustentável de Aviação (SAF). Além de sua baixa intensidade de carbono, Gussi ressalta a confiabilidade do suprimento, um diferencial competitivo do Brasil.

O presidente detalha, ainda, que a parceria entre UNICA e IEEJ propõe a construção de um ambiente de negócios favorável a investimentos e fortalece o comércio bilateral no setor de energia renovável. “Este contrato reforça a cooperação entre Brasil e Japão e ajuda a estabelecer um ambiente propício para novas parcerias, além de incentivar investimentos e avanços regulatórios que consolidam os biocombustíveis como um dos pilares da transição energética global”, afirma.

Outro fator destacado pelo executivo é que os mais de 50 anos de experiência na produção e uso do etanol como fonte de energia limpa, posicionam o Brasil na vanguarda de práticas em favor da segurança energética e do desenvolvimento sustentável global.

Brasil e Japão: um mercado estratégico para biocombustíveis

O Japão tem ampliado suas metas de descarbonização, abrindo novas oportunidades para o etanol brasileiro. Atualmente, o país asiático consome 1,5 bilhão de litros de etanol por ano e planeja aumentar a mistura do biocombustível na gasolina para 10% até 2030 e 20% até 2040, o que exigirá volumes ainda maiores para abastecer o mercado local.

No setor de aviação, o Japão estabeleceu a meta de que 10% do combustível utilizado em voos internacionais seja SAF (Sustainable Aviation Fuel) até 2030, o que representa uma demanda de 1,7 bilhão de litros. A maior parte desse volume será viabilizada pelo etanol na rota Alcohol to Jet (ATJ). “Para atender essa necessidade, seriam necessários aproximadamente 2,38 bilhões de litros de etanol por ano”, explica o presidente da UNICA.
Gussi reforça que o Brasil, como um dos maiores produtores mundiais de etanol e referência global em biocombustíveis, está preparado para atender essa demanda crescente com um biocombustível de baixa intensidade de carbono (CI Score), consolidando-se como um parceiro estratégico para o Japão na transição energética.

Além da assinatura do Memorando, a UNICA também participou do workshop Brasil-Japão “Biocombustíveis para descarbonizar os transportes”, que reuniu empresários, representantes do governo japonês e dos setores automotivo e bioenergético e foram debatidas questões energéticas e tendências futuras.

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