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Plano Safra 2025/26 terá R$ 516,2 bilhões em recursos para agricultura empresarial

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O Plano Safra 2025/26 vai oferecer na temporada que começou nesta terça-feira, 1º, um total de R$ 594,4 bilhões em financiamentos para pequenos, médios e grandes produtores, 1,7% a mais do que a oferta de crédito na temporada anterior 2024/25, de R$ 584,5 bilhões.

Do montante total, R$ 516,2 bilhões serão ofertados para a agricultura empresarial, incluindo recursos de Cédulas de Produto Rural (CPRs), enquanto outros R$ 78,2 bilhões foram direcionados para a agricultura familiar.

Os números foram anunciados pelo Palácio do Planalto. Os juros aplicados nos financiamentos variam de 0,5% ao ano a 8% ao ano nas linhas da agricultura familiar. Na agricultura empresarial, os juros variam de 8,5% ao ano a 14% ao ano, entre as linhas de custeio e investimento.

O Plano Safra atual foi considerado um dos mais difíceis de construção pelo Executivo dada a escalada dos juros e o aperto orçamentário do executivo em meio à atual contenção fiscal. A taxa Selic passou de 10,5% ao ano para 15% ao ano em um ano, o que encarece o custo de equalização das taxas de juros para a União e pressionam o orçamento de subvenção.

Agricultura empresarial

No total, o Plano Safra 2025/26 oferecerá um total de R$ 516,2 bilhões em financiamentos para médios e grandes produtores, 1,5% a mais do que a oferta de crédito na temporada 2024/25, de R$ 508,6 bilhões. O Palácio do Planalto, em nota, destacou que se trata-se de um aumento de R$ 8 bilhões em recursos.

A cifra inclui os recursos de CPRs originadas de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) com direcionamento obrigatório. O governo considera os recursos de CPRs no cálculo final em virtude da isenção fiscal das LCAs direcionadas para o crédito rural, portanto, possuem renúncia fiscal e subvenção do Executivo.

Do montante total, serão disponibilizados R$ 414,7 bilhões para custeio e comercialização no Plano Safra 2025/26, 3,34% mais que na temporada passada (R$ 401,3 bilhões). Para as linhas de investimento, serão destinados R$ 101,5 bilhões, 5,41% menos que os R$ 107,3 bilhões da temporada passada.

O governo elevou as taxas de juro do Plano Safra 2025/26 empresarial entre 1,5 ponto porcentual e 2 pontos porcentuais, para 8,5% ao ano a 14% ao ano entre as linhas de custeio e investimento. No Plano Safra anterior, os juros oscilavam de 7% a 12%. O aumento dos juros foi considerado inevitável pelo governo diante da escalada da Selic.

O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp) terá R$ 69,1 bilhões de recursos controlados com juros de 10% ao ano, frente aos R$ 65,23 bilhões disponibilizados na temporada passada. A ampliação de recursos para financiar médios produtores foi uma das prioridades do Ministério da Agricultura no Plano Safra atual.

Moderfrota, PCA e outras programas

Linha considerada estratégica para a agricultura empresarial, o Moderfrota empresarial (principal linha para a aquisição de máquinas agrícolas) terá R$ 9,5 bilhões em recursos programados na
safra 2025/26, com taxa de juros de 13,5% ao ano.

O volume é estável ante o ano-safra anterior quando foram ofertados R$ 9,5 bilhões, mas com aumento de 2 pontos porcentuais nos juros.

Já para o Moderfrota Pronamp, os recursos somam R$ 3,08 bilhões, com juros de 12,5% ao ano, ante R$ 2,8 bilhões com juros de 10,5% ao ano ofertados na temporada anterior.

Por sua vez, o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) terá R$ 4,5 bilhões em recursos no Plano Safra 2025/26, com juros de 10% ao ano. O valor é estável em relação ao ofertado na linha no Plano Safra 2024/25, de R$ 4,5 bilhões com juros de 8,5% ao ano.

O PCA para silos de até 12 mil toneladas (6 mil toneladas na temporada passada) terá R$ 3,7 bilhões, ante R$ 3,3 bilhões ofertados na safra passada. Os juros serão de 8,5% ao ano em comparação com 7% ao ano da temporada passada.

O Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro) terá R$ 5,8 bilhões em recursos, com juros de 10% ao ano – na edição anterior, foram R$ 5,45 bilhões para a linha com juros de 8,5% ao ano.

Especificamente, o Renovagro para conversão de pastagens terá R$ 2,1 bilhões com juros de 8,5% ao ano, montante um pouco superior ao do plano anterior, que havia reservado R$ 2 bilhões para a ação com juros de 7% ao ano. Já o Renovagro ambiental terá R$ 250 milhões em recursos com juros de 8,5% ao ano, contra R$ 230 milhões com juros de 7% ao ano direcionados para a modalidade no ciclo anterior.

No caso do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), o Plano Safra 2025/26 reservou R$ 1,9 bilhão com juros de 13,5% ao ano. O valor é nominalmente superior ao R$ 1,8 bilhão reservado na última edição com juros de 11,5% ao ano.

Uma mudança feita pelo Ministério na safra atual foi a fusão do Inovagro com o Moderagro. O Inovagro terá R$ 6,8 bilhões com juros de 12,5% ao ano. Neste caso, o valor também ao superior ao reservado no Plano Safra anterior, que era de R$ 6,5 bilhões para as duas linhas com juros de 10,5% ao ano.

O Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga) passou de R$ 2,6 bilhões com juros de 10,5% ao ano na safra passada para R$ 2,75 bilhões com juros de 12,5% ao ano no Plano Safra 2025/26.

Já o Procap Agro Giro terá R$ 1,05 bilhão com juros de 13,5% ao ano, ante R$ 1 bilhão com juros de 11,5% ao ano na safra anterior.

Ainda nas linhas de investimento, o Pronamp investimento terá R$ 6,4 bilhões com juros de 10% ao ano, totalizando R$ 9 bilhões somando aos R$ 2,6 bilhões provenientes de recursos obrigatórios. Já o investimento empresarial terá R$ 1,7 bilhão com juros de 12,5% ano, valor estável ante a safra passada.

Os limites de financiamento das linhas de investimento da agricultura empresarial foram mantidos inalterados no Plano Safra. A exceção é o Inovagro, no qual o limite de financiamento passou de R$ 2 milhões por ano por beneficiário para R$ 4 milhões.

No PCA, o limite de financiamento por cooperativa para armazenamento de grãos foi mantido em R$ 200 milhões. Para produtores individuais, o limite de financiamento ficou em R$ 50 milhões por ano para grãos e R$ 25 milhões por ano para outros produtos.

Ao todo, as linhas de investimento somarão R$ 101,5 bilhões no Plano Safra 2025/26, 5,41% menos que os R$ 107,3 bilhões da temporada passada.

Agência Estado| Isadora Duarte

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