A Petrobras anunciou nesta quarta-feira, 17, a aprovação da construção do Projeto Piloto de CCS São Tomé, em Macaé (RJ), uma iniciativa para atingir a meta de neutralização de carbono até 2050.
Segundo a companhia, este é o primeiro projeto-piloto de CCS (Captura e Armazenamento de Carbono, na sigla em inglês) no Brasil, com infraestrutura que permite a integração completa entre captura, transporte e armazenamento geológico de CO2 em reservatório salino.
A iniciativa, que tem o acompanhamento de órgãos reguladores e ambientais como Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), é considerada pela Petrobras como um marco para o avanço tecnológico e regulatório para projetos de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) no Brasil.
“A tradição da companhia de empregar tecnologia de ponta para viabilizar grandes empreendimentos offshore está sendo colocada também em iniciativas de descarbonização. Essa iniciativa é mais um passo concreto da Petrobras na construção de soluções climáticas eficazes”, destaca a diretora de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Angélica Laureano.
O objetivo do CCS São Tomé é de capturar até 100 mil toneladas de CO2 por ano, ao longo de três anos a partir de 2028, e injetá-las em um reservatório salino profundo, na região de Barra do Furado, em Quissamã (RJ).
Por ser o primeiro projeto do tipo em reservatório salino no país, o CCS São Tomé permitirá que órgãos como ANP e INEA testem, ajustem e validem procedimentos e normas aplicáveis à cadeia de valor do CCS, um avanço regulatório sobre o armazenamento geológico de carbono em futuros projetos comerciais.
“O Projeto Piloto de CCS São Tomé é uma iniciativa estratégica de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) que permitirá validar, em ambiente real, tecnologias e metodologias fundamentais para a implantação de hubs de captura e armazenamento de carbono (CCS) no Brasil”, explica a diretora de engenharia tecnologia e inovação da Petrobras, Renata Baruzzi.
Ela complementa: “As tecnologias aplicadas possibilitam acompanhar a evolução da pluma de CO₂ com precisão inédita no país e as informações obtidas com o projeto poderão nos apontar novos usos do CO2, como por exemplo, a produção de combustível sintético”.
De acordo com a Petrobras, a iniciativa é considerada como plataforma de aprendizado e qualificação tecnológica para futuros projetos comerciais e hubs de CCS no Brasil, tanto onshore quanto offshore.
Segundo a estatal, a CCS São Tomé também posiciona o Brasil entre os países que lideram o desenvolvimento de soluções de mitigação de emissões em larga escala, alinhando-se às melhores práticas internacionais e abrindo caminho para futuras aplicações comerciais de CCUS em diversos setores da economia.
*Agência Petrobras