Os preços do açúcar reagiram nesta terça-feira (14) e encerraram o dia em alta, após um início de sessão marcado por quedas. A valorização foi impulsionada pela fraqueza do dólar, que levou operadores a cobrir posições vendidas nos contratos futuros.
Durante o pregão, o açúcar bruto negociado em Nova York chegou a tocar o menor nível em três semanas, enquanto o açúcar branco de Londres caiu para o menor patamar em mais de quatro anos. Ainda assim, ambos se recuperaram ao longo do dia. O contrato com vencimento em março de 2026 subiu 0,27 centavo de dólar (1,7%), fechando a 15,88 centavos de dólar por libra-peso — após atingir a mínima de 15,36 centavos mais cedo. Já o açúcar branco avançou 1,5%, para US$ 450,80 por tonelada.
Mesmo com o ganho pontual, o mercado segue pressionado por expectativas de ampla oferta global. O BMI Group projetou, na segunda-feira, um excedente mundial de 10,5 milhões de toneladas para a safra 2025/26. Já a Covrig Analytics estimou, na terça-feira passada, um excedente menor, de 4,1 milhões de t.
Nos últimos sete meses, as cotações do açúcar vêm acumulando perdas. O contrato de Nova York chegou, recentemente, ao menor nível em quatro anos e meio, reflexo das indicações de maior produção no Brasil. Segundo a Unica, a produção de açúcar no Centro-Sul somou 3,622 milhões de toneladas na primeira quinzena de setembro, alta de 15,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. A fatia da cana destinada à fabricação de açúcar também cresceu, passando de 47,74% para 53,49%. Ainda assim, no acumulado da safra 2025/26 até meados de setembro, a produção total da região recuou levemente (-0,1%), para 30,388 milhões de toneladas.
As perspectivas de maior produção na Índia também pesam sobre o mercado. Chuvas de monções acima da média devem garantir uma colheita mais volumosa. O Departamento Meteorológico do país informou que, até 30 de setembro, o volume acumulado de chuvas atingiu 937,2 mm — 8% acima do normal e o maior índice em cinco anos. A Federação Nacional de Fábricas Cooperativas de Açúcar da Índia projeta um crescimento de 19% na produção da safra 2025/26, para 34,9 MMT, impulsionado pela ampliação das áreas de cana. O avanço ocorre após uma queda de 17,5% na temporada anterior, quando a produção ficou em 26,2 MMT, o menor volume em cinco anos, segundo dados da Associação Indiana de Usinas de Açúcar (ISMA).