Os preços do açúcar encerraram a quinta-feira em alta, impulsionados por um forte rali do petróleo. O contrato do petróleo bruto (CLZ25) avançou mais de 5%, atingindo a máxima de duas semanas, movimento que favorece os preços do etanol e pode levar usinas a direcionarem mais moagem de cana para a produção do biocombustível em vez do açúcar, reduzindo assim a oferta da commodity.
O contrato de açúcar bruto com vencimento em março de 2026 fechou com alta de 0,19 centavo de dólar, ou 1,3%, indo a 15,29 centavos de dólar por libra-peso. Por sua vez, o contrato mais ativo de açúcar branco subiu 0,8%, para US$ 437,80 por tonelada.
Apesar do avanço recente, o açúcar vem enfrentando pressão nos últimos sete meses. Na quarta-feira, o contrato em Nova York caiu para o menor nível em quatro anos e meio, enquanto em Londres a commodity chegou à mínima de 4,25 anos. A queda foi sustentada por sinais de maior produção no Brasil.
De acordo com a Unica, a produção de açúcar no Centro-Sul brasileiro na segunda quinzena de setembro cresceu 10,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 3,137 milhões de toneladas. A proporção de cana destinada ao açúcar também aumentou, passando de 47,73% para 51,17%. No acumulado da safra 2025/26 até setembro, a região produziu 33,524 milhões de toneladas, alta de 0,8% na comparação anual.
As perspectivas de uma oferta global robusta também seguem pressionando os preços. A consultoria Datagro projetou que a produção de açúcar do Centro-Sul em 2026/27 deve crescer 3,9% em relação ao ano anterior, atingindo um recorde de 44 milhões de toneladas. Já o BMI Group estimou um superávit global de 10,5 milhões de toneladas para a safra 2025/26, enquanto a Covrig Analytics prevê excedente de 4,1 milhões de toneladas no mesmo período.
Com informações da Barchart

