Programa Cana IAC também revela os resultados do Censo Varietal Safra 2025/2026 – o levantamento de maior abrangência no Brasil
O Instituto Agronômico (IAC-Apta) apresentou na tarde desta terça-feira, 25, duas novas variedades de cana-de-açúcar — IAC07-2361 e IACCTC09-6166 — para o Centro-Sul do Brasil. As novas cultivares ampliam as opções de diversificação varietal e contribuem para a competitividade e a resiliência da canavicultura paulista e brasileira. Esta é a 23ª liberação do Programa Cana IAC e ocorreu em Ribeirão Preto (SP), durante a 7ª Reunião do Grupo Fitotécnico IAC.
“As variedades IAC07-2361 e IACCTC09-6166 representam a evolução do programa de melhoramento genético de cana-de-açúcar do Instituto Agronômico, destacando-se pela alta produtividade agroindustrial e características que facilitam os manejos ao longo dos ciclos produtivos”, comenta Marcos Landell, líder do Programa Cana IAC e coordenador do Instituto, vinculado à Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
A variedade IAC07-2361 garante qualidade da matéria-prima entregue à indústria. Apresenta excelente adaptação à mecanização no plantio e na colheita, mantém ótima população de colmos ao longo dos cortes, alta produtividade, rusticidade e raro florescimento. Tem porte semiereto e boa resistência ao acamamento.
Já a variedade IACCTC09-6166 apresenta Período de Utilização Industrial (PUI) longo, favorecendo a produtividade agrícola e a qualidade da matéria-prima. Tem excelente adaptação ao cultivo mecanizado, elevada produtividade e manutenção uniforme de colmos ao longo dos cortes, com alta adaptabilidade a diferentes ambientes. Também possui porte semiereto e boa resistência ao acamamento.
“Essas duas variedades ilustram a eficiência do Programa Cana IAC no desenvolvimento de variedades modernas e com equilíbrio entre produtividade agrícola e qualidade de matéria-prima”, afirma Mauro Xavier, pesquisador e diretor da Divisão Avançada de Pesquisa e Desenvolvimento de Cana do IAC. Os resultados obtidos ao longo de sucessivos ciclos de cultivo evidenciaram elevado desempenho agronômico, estabilidade produtiva e adaptabilidade, atributos que sustentam a recomendação técnica das variedades.
Após o painel técnico, o público pôde conhecer os novos materiais em visita ao Jardim Varietal “Marcos Landell”, onde está a coleção de plantas do Programa Cana IAC. O boletim técnico com as informações das variedades será disponibilizado aos interessados.
Censo Varietal Safra 2025/2026 é apresentado no evento
Durante o encontro também foi apresentado o Censo Varietal Safra 2025/2026 — o levantamento de maior abrangência no país — juntamente com a intenção de plantio do setor sucroenergético, com indicadores detalhados por regiões brasileiras, mostrando as variedades mais cultivadas e as tendências de mercado.
O Censo gera informações sobre as principais variedades cultivadas em todas as regiões canavieiras do Brasil. O objetivo do Programa Cana IAC é divulgar essas informações de forma transparente e estratégica para o setor.
A partir dos dados levantados, as análises possibilitam a criação de índices de qualidade das variedades, estudando a proporção de materiais precoces e tardios e avaliando riscos biológicos decorrentes de concentrações varietais elevadas. Os índices também permitem verificar quais regiões estão utilizando variedades mais modernas, com alto perfilhamento, porte ereto, produtividade elevada e livres de doenças.
Esse estudo possibilita reconhecer e premiar empresas produtoras com o Prêmio Excelência no Uso de Variedades de Cana e o Prêmio Variedades de Cana Modernas, em âmbito regional e nacional. A entrega do Prêmio Excelência 2025 também foi realizada.
Segundo Mauro Xavier, os trabalhos do programa de melhoramento de cana do IAC são originados em 14 regiões — Ribeirão Preto, Jaú, Mococa, Pindorama, Assis, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Piauí. Cada localidade apresenta características próprias de solo e clima, o que permite ampla interação e caracterização dos materiais avaliados, favorecendo a expressão de seu potencial.
“Essas regiões constituem a base física, científica e tecnológica para avaliação, seleção, caracterização e desenvolvimento dos clones elites regionais — as variedades melhoradas disponibilizadas anualmente ao setor de bioenergia”, explica Landell.
Atualmente, a rede nacional do Programa Cana IAC compreende 660 experimentos em andamento, proporcionando amplitude e consistência à caracterização agronômica das variedades liberadas para cultivo. As duas novas cultivares foram validadas em múltiplos ambientes dentro da rede experimental.
Todas as variedades de cana do IAC são liberadas com seu fingerprint varietal, a “fotografia genética” equivalente a um código de barras, utilizada com sucesso na identificação varietal. O Programa recomenda medidas fitossanitárias como uso de mudas sadias, tratamento térmico, roguing e, quando possível, rotação de cultura.


