Os preços do açúcar encerraram a quarta-feira, 17, em queda, pressionados pela fraqueza do real brasileiro frente ao dólar. A moeda brasileira atingiu o menor patamar em 4,25 meses, movimento que estimulou as vendas externas por parte dos produtores de açúcar do Brasil, ampliando a oferta no mercado internacional.
O contrato do produto bruto com vencimento em março de 2026 caiu 0,06 centavo, ou 0,4%, a 14,76 centavos de dólar por libra-peso. Foi a terceira sessão consecutiva de perdas para o adoçante. O açúcar branco, por sua vez, caiu 0,2%, para US$ 422,30 por tonelada.
A pressão sobre as cotações já vinha sendo observada desde o início da semana, após a divulgação de dados da Associação de Usinas de Açúcar da Índia (ISMA). Segundo a entidade, a produção indiana de açúcar na safra 2025/26, no período de 1º de outubro a 15 de dezembro, somou 7,83 milhões de toneladas, alta de 28% na comparação anual.
O cenário de preços mais fracos também reflete as expectativas de uma produção recorde no Brasil. No dia 4 de novembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou sua estimativa para a produção brasileira de açúcar na safra 2025/26 para 45 milhões de toneladas, ante a projeção anterior de 44,5 milhões de toneladas. Já a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) informou, na terça-feira, que a produção acumulada de açúcar na região Centro-Sul até novembro cresceu 1,1% na comparação anual, alcançando 39,904 milhões de toneladas.
Além disso, a participação da cana destinada à produção de açúcar avançou para 51,12% na safra 2025/26, frente a 48,34% observados no ciclo 2024/25, reforçando a tendência de maior oferta do produto.
No cenário internacional, a Organização Internacional do Açúcar (ISO) projeta um superávit global de 1,625 milhão de toneladas na safra 2025/26, após um déficit de 2,916 milhões de toneladas em 2024/25. Segundo a entidade, o excedente é impulsionado pelo aumento da produção de açúcar na Índia, Tailândia e Paquistão. Em agosto, a ISO ainda estimava um déficit de 231 mil toneladas para o mesmo ciclo.
A ISO também prevê um crescimento de 3,2% na produção mundial de açúcar em 2025/26, totalizando 181,8 milhões de toneladas. Na mesma direção, a trading Czarnikow elevou, em 5 de novembro, sua estimativa de superávit global de açúcar para 8,7 milhões de toneladas, aumento de 1,2 milhão de toneladas em relação à projeção divulgada em setembro, que era de 7,5 milhões de toneladas.

