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Ações da Raízen podem valorizar se PECs forem aprovadas
A PEC dos Benefícios poderá ter impacto positivo no mercado acionário das empresas de combustíveis como é o caso da Raízen e da Petrobrás. A proposta, que deve ser votada nesta terça-feira, 12, na Câmara dos Deputados, concede uma série de auxílios sociais.
De acordo com análise do Credit Suisse, mesmo com os riscos fiscais que estão no radar dos investidores, a Petrobras e a Raízen podem ser beneficiadas com a aprovação porque os mecanismos da PEC dos Benefícios, em conjunto com a outra proposta que traria estímulos tributários aos biocombustíveis – PEC dos Biocombustíveis, podem trazer um certo alívio ao setor de produtores de etanol, como é o caso da Raízen.
A PEC dos Biocombustíveis prevê menor incidência de impostos sobre o etanol e o biodiesel. Conforme o autor do texto, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), a PEC não traz definições de tarifas de ICMS a serem adotadas pelos estados. Contudo, a matéria contará com um comando constitucional para que a Lei Complementar que venha regular isso possa assegurar a competitividade dos biocombustíveis.
Ainda de acordo com os analistas do banco, a proposta estabelece que o regime fiscal será diferente para biocombustíveis, com vantagem em relação aos fósseis. O objetivo seria reduzir o impacto das medidas que foram aprovadas recentemente sobre a diminuição dos impostos sobre gasolina e diesel, que também afeta a competitividade com biocombustíveis, como o etanol.
Para o Credit Suisse, a Raízen deve ser capaz de entregar o valor de guidance para a safra de 2022/23, que está entre R$ 13 e R$ 14 bilhões, alinhada com a projeção do Centro-Sul, que está em R$ 13 bilhões.
“Nos preços atuais, enxergamos a Raízen negociando em um múltiplo consolidado de 4,3 vezes a 4,7 vezes a relação entre o EV/Ebitda [valor da firma sobre o Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] para 2022 e 2023 e este número indica um EV/Ebitda de 3 a 3,3 vezes o EV/Ebitda para o negócio de açúcar e etanol, bem abaixo da média histórica de 5,5 vezes do setor”, destacaram os analistas.
Já em relação à Petrobras, o Credit Suisse pontua que o lado positivo seria a mitigação de risco de um ataque à política de preços da companhia, além de isolar a petroleira de discussões políticas. Os analistas lembram ainda que os custos da PEC dos Benefícios alcançam R$ 41,25 bilhões fora do teto de gastos, mas que se presume um preço de barril de petróleo US$ 50 acima do esperado anteriormente. Só por esse fator, uma receita adicional próxima de R$ 13 bilhões por mês deve ser alcançada, acima da projetada (ou R$ 160 bilhões ao ano).
O valor viria de aumento em royalties (R$ 2 bilhões ao mês), incremento na participação especial (R$ 2 bilhões ao mês), impostos da Petrobras (R$ 5 bilhões ao mês) e participação do governo no dividendo da Petrobras (R$ 4 bilhões ao mês).
O Credit Suisse classifica a Raízen como outperform, ou seja, desempenho acima da média do mercado, com preço alvo de R$ 8,50 e potencial de alta de 87%. As ADRs da Petrobras possuem a mesma classificação. Os ativos PBR (atrelados ao PETR3) têm o preço alvo de US$ 17, com upside de 47%.
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