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Açúcar

Açúcar: 16 centavos de dólar por libra-peso deve ser o chão absoluto do mercado

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Após duas temporadas consecutivas de superávit mundial de açúcar, a safra 2019/20 pode registrar déficit.

O preço de venda dos contratos de açúcar, depois sofrerem o maior pico em seis anos, atingindo 21,89 cents de dólar por libra peso, voltaram a cair. O contrato futuro de açúcar bruto negociados na ICE com vencimento em março caiu 0,2%, indo a 21,29 centavos de dólar por libra-peso. As atenções agora se voltam para a expiração do contrato de março, que ocorre na terça-feira dia 28 de fevereiro.

De acordo com Arnaldo Luiz Corrêa, analista e diretor da Archer Consulting, consumidores finais são o principal pilar de sustentação do mercado no  momento. Mas, o que esperar do mercado quando um significativo volume de açúcar começar a aparecer no Centro-Sul?

NY encerrou a  última sexta-feira cotado a 21,41 centavos de dólar por libra-peso para o vencimento março/23, uma queda de 17 pontos em relação à semana anterior, enquanto o maio/23 encerrou a 19.83 centavos de dólar por libra-peso, retraindo 21 pontos na semana. Os demais meses encerraram praticamente inalterados.

“O real se fortaleceu ligeiramente frente ao dólar na semana passada, fechando a R$ 5,1657 afetando os valores em reais por tonelada dos açúcares de exportação que retraíram 26 reais por tonelada para a safra 2023/24. É só o presidente da república manter a boca fechada que o mercado financeiro se ajusta”, disse Corrêa.

A posição dos fundos ainda não se sabe, porque, de acordo com Corrêa, o CFTC (Commodity Futures Trading Commission), agência independente do governo dos Estados Unidos que regula os mercados de futuros e opções das commodities, informou que amanhã, 24/2 (sexta) eles vão divulgar o relatório que deveria ter sido divulgado no dia 3 de fevereiro.

“O mercado de açúcar mudou de patamar? O aumento no custo de produção da commodity afetado pela elevação dos preços de vários insumos tais como defensivos, químicos, diesel, entre outros e motivado principalmente pela guerra que provocou escassez temporária de alguns elementos na cadeia de fertilizantes e outros fatores, contribuíram para uma elevação entre 35-45% no custo total da produção, se comparado com aquele antes da pandemia”, disse em seu comentário semanal.

Na visão a consultoria, o mercado precisa de uma combinação generosa de contingências para poder se sustentar acima dos 20 centavos de dólar por libra-peso no primeiro semestre deste ano. “A produção de açúcar no Centro-Sul virá com muita força, podendo até mesmo ultrapassar os 37 milhões de toneladas. É açúcar suficiente para atender ao mercado mesmo com problemas na Índia e Tailândia. Nossa capacidade de cristalização no Centro-Sul, segundo um respeitado trader, é em torno de 40 milhões de toneladas”, disse Corrêa.

Ainda segundo o analista, 16 centavos de dólar por libra-peso, nível que entende ser o chão absoluto do mercado, é o novo 13 centavos de dólar por libra-peso, valor que outrora era o suporte do mercado.

“Você pode perguntar se esse argumento se sustenta? Tomamos como base os fechamentos diários dos primeiros contratos futuros negociados em NY desde 2000 até hoje, convertidos em reais por tonelada pela taxa de câmbio do dia, fornecida pelo Banco Central do Brasil e, depois, corrigidos todos os valores para preços de hoje usando como metodologia o IPCA. Com base nesses dados, verificamos que apenas 25% das vezes o mercado ficou abaixo do equivalente a 12 centavos de dólar por libra-peso, ou seja, vender puts (opções de venda) nesse preço de exercício parece tirar pirulito da boca de criança. Metade das vezes ficou acima de 14,25 centavos de dólar por libra-peso. E para quem gosta de Fibonacci, 38% das vezes ficou acima dos 16 centavos de dólar por libra-peso”, observou.

Natália Cherubin para RPAnews

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