Conecte-se conosco
 

Destaque

Açúcar e etanol: bons ventos sopram na safra 2021/22

Publicado

em

Apesar do cenário que se desenha de potencial aumento dos custos de produção para a safra 2021/2022, sopram bons ventos em relação aos preços dos produtos, tanto do açúcar quanto do etanol, os quais apresentarão preços superiores aos observados na safra 2020/21, contribuindo para a manutenção de boas margens econômicas, em especial para o açúcar.

Segundo levantamento do Pecege, o açúcar deverá manter uma rentabilidade mais atrativa do que o etanol na safra 2021/2022. No entanto, a produção do adoçante deverá ser menor na próxima temporada, em função de dois aspectos: menor oferta de cana-de-açúcar e menor qualidade da matéria-

-prima; e incremento marginal do etanol na composição do mix de produção, graças à recuperação da demanda no mercado doméstico considerando o relaxamento das medidas de distanciamento social, bem como das cotações

do petróleo no mercado internacional para patamares superiores daqueles que vigoraram em 2020.

“Esse incremento do etanol na composição do mix de produção na safra 2021/22 será marginal, uma vez que uma parcela considerável da exportação de açúcar já foi fixada pelas usinas no mercado futuro e com níveis de preços superiores ao da safra anterior, o que compromete a flexibilidade para inverter o mesmo a favor do biocombustível”, afirma Haroldo Torres, economista e gerente de Projetos do Pecege.

Os bons níveis de preços do açúcar e, por conseguinte, da sua rentabilidade compensarão a menor moagem e favorecerão a manutenção de um mix mais açucareiro na safra 2021/2022.

O Pecege destaca que a partir do início de 2021 houve um aumento da alíquota do ICMS (Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) sobre o etanol hidratado no Estado de São Paulo, saindo de 12% para 13,3%.

“Como o Estado representa o maior produtor e consumidor de etanol hidratado do país, esse aumento tributário poderá implicar em redução da competitividade do biocombustível e redução do preço líquido recebido pelas usinas com a sua comercialização”, afirma Torres.

Etanol de Milho

Em relação à produção de etanol de milho, os baixos níveis de estoques somados a uma forte demanda, tanto do setor pecuário quanto das usinas de etanol de milho no Centro-Oeste, devem manter os preços internos do milho em patamares acima da média dos anos anteriores, pressionando os preços de aquisição desta matéria-prima.

Sendo assim, de acordo com o Pecege, a matéria-prima continuará pressionando as margens das usinas produtoras de etanol a partir do milho, embora numa situação melhor do que a observada em 2020.

“Usinas com bons níveis de produtividade e, por conseguinte, com uma estrutura de baixo custo, atuantes na exportação de bioeletricidade e com foco na produção de açúcar deverão reportar uma excelente safra, em especial com a geração de um fluxo de caixa livre positivo”, afirma Torres.

Foco ainda é redução de custos

As usinas do setor sucroenergético deverão continuar focadas na redução de custos em 2021, consolidando iniciativas para readequar suas estruturas produtivas e se tornar mais resilientes num ambiente bastante desafiador.

“A pandemia de COVID-19 trouxe mudanças estruturais e novos desafios ao setor sucroenergético brasileiro, bem como reforçou a necessidade de

diversificação da sua produção. Prova disso foi o observado entre as safras 2019/20 e 2020/21, ocasião em que se saiu de uma safra recorde na

produção de etanol para uma safra recorde na produção de açúcar” destaca o economista do Pecege.

Essa diversificação continuará a se materializar, ainda de acordo com ele, em especial através de novos usos e produtos oriundos da cana-de-açúcar, tal como a produção de levedura seca, biofertilizantes, biometano e biogás, além da recuperação de CO2 a partir do processo de fermentação.

“Trata–se de um novo ciclo para o setor, baseado nos princípios da economia circular e de maior geração de valor a partir da matéria-prima e do ativo industrial”, conclui Torres.

Por Natália Cherubin, com informações do Pecege

 

Cadastre-se e receba nossa newsletter
Continue Reading
Publicidade