Os preços internacionais do açúcar registraram forte queda nesta quinta-feira, atingindo os menores níveis em uma semana, em um movimento pressionado pela expectativa de aumento das exportações da Índia e pela fraqueza do real brasileiro frente ao dólar.
O açucar bruto caiu 0,28 centavo, ou 1,9%, a 14,48 centavos de dólar por libra-peso, tendo atingido uma mínima de mais de um mês de 14,38. O contrato está revertendo parte dos ganhos observados desde que atingiu a mínima de cinco anos em novembro. O açúcar branco, por sua vez, caiu 1,5%, a US$ 415,90 a tonelada.
A Índia adotou um sistema de cotas para exportações a partir da safra 2022/23, após chuvas tardias impactarem negativamente a produção e restringirem a oferta interna. Agora, com sinais mais robustos de produção, o país avalia flexibilizar novamente os embarques externos.
Além do cenário indiano, o câmbio também contribuiu para o movimento de baixa. O real brasileiro atingiu o menor patamar em quatro meses e meio frente ao dólar, o que tende a estimular as vendas externas por parte dos produtores brasileiros, aumentando a oferta no mercado internacional.
A pressão sobre os preços já vinha se intensificando desde o início da semana, após a Associação Indiana de Usinas de Açúcar (ISMA) divulgar que a produção do país entre 1º de outubro e 15 de dezembro da safra 2025/26 alcançou 7,83 MMT, um crescimento de 28% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os dados reforçam a expectativa de uma safra mais robusta no segundo maior produtor mundial de açúcar. Em 11 de novembro, a ISMA elevou sua estimativa de produção indiana para 31 milhões de t na safra 2025/26, ante previsão anterior de 30 milhões de t, o que representa um avanço de 18,8% na comparação anual.
Outro fator relevante foi a revisão para baixo do volume de açúcar destinado à produção de etanol no país. A ISMA reduziu a estimativa para 3,4 MMT, frente aos 5 milhões de t projetados em julho, movimento que pode ampliar ainda mais a disponibilidade do adoçante para exportação e seguir pressionando as cotações globais.
Com informações da Barchart

