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“Armazenamento de carbono abre nova fronteira de negócios para as usinas de etanol”, destaca deputado Arnaldo Jardim

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O relator na Câmara dos Deputados do Combustível do Futuro, o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), afirmou, nesta segunda-feira (4), que existem muitas oportunidades de receita que a nova legislação traz para as usinas de etanol a partir da atividade de captura e armazenamento de carbono (sigla em inglês para Carbon Capture and Storage), que recebeu capítulo específico na lei recém sancionada. “Armazenamento de carbono abre nova fronteira de negócios para as usinas de etanol”, disse durante a cerimônia de abertura do evento  Carbonless Summit, realizado na capital paulista.

Com a participação de especialistas do Brasil, Canadá, Estados Unidos, Europa e Arábia Saudita, o evento, que aconteceu até esta terça-feira (5), apresentou entre os principais temas o debate acerca de tecnologias, até então, amplamente utilizadas no segmento petrolífero para ajudar na extração de petróleo sendo empregadas agora para aprimorar ainda mais a sustentabilidade do etanol, viabilizando a produção inédita do biocombustível com pegada negativa de carbono.

Os mesmos equipamentos que injetam carbono para auxiliar o bombeamento do petróleo agora estão prontos para aprimorar a sustentabilidade do etanol que, cada vez mais, substitui a energia de origem fóssil. “Uma importante técnica que pode realizar a neutralização de carbono é o uso da biomassa combinada com o CCS. A biomassa utilizada para biocombustíveis é proveniente de plantas, ou seja, durante seu crescimento já há a captura de carbono, mas este é novamente lançado na atmosfera quando convertido em energia, mesmo que em quantidades menores que os combustíveis fósseis”, discorreu o deputado. Entretanto, explicou o parlamentar, se este CO2 for capturado e transportado para um local de estoque permanente, como o subsolo, isso irá resultar em uma remoção negativa de CO2, ou seja, será capturada uma quantidade maior do que foi emitida.

A atividade de CCS no setor de etanol pode resultar em ganhos financeiros para as usinas tanto por meio da geração e comercialização de créditos de carbono como também pela certificação do biocombustível como “zero emissor” ou “emissor negativo”. Isso permite que o etanol seja monetizado com ágio em mercados internacionais que valorizam este atributo.

O CCS, por exemplo, está previsto na lei da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) e pode significar oportunidade para a geração de um maior volume de Créditos de Descarbonização (CBios) e consequentemente de renda para as usinas de etanol.

Etanol de pegada negativa

O Brasil tem potencial de captura de carbono em torno de 200 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano, considerando o nível atual de atividade econômica do país. Neste sentido, o mercado brasileiro de captura e armazenamento de carbono no solo tem perspectiva de movimentar entre R$ 14 e R$ 20 bilhões anuais, com participação significativa do setor de etanol, indicam estimativas da CCS Brasil. Já o mercado mundial de CCS deve movimentar US$ 3,54 bilhões em 2024, com previsão de atingir US$ 14,51 bilhões em 2032.

O etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil já reduz em até 90% as emissões de gases que contribuem para as mudanças climáticas. A captura e o armazenamento do CO2 gerado durante o processo de produção do biocombustível faz com que essa pegada de carbono seja ainda menor, chegando a ser negativa.

“As mais de 360 usinas que produzem etanol no Brasil, em particular no Estado de São Paulo, têm a oportunidade de fazer do País o líder global nesse mercado, abrindo as portas para o acesso aos créditos de carbono e criando mais uma fonte de receita para as usinas”, pontuou o geólogo Everton Oliveira, presidente da Hidroplan, realizadora do evento em parceria com a entidade CCS Brasil. “A captura e armazenamento de CO2 em depósitos geológicos profundos é uma janela para o futuro de um planeta com mais qualidade, onde uma tecnologia sofisticada oriunda da indústria do petróleo une-se agora ao processo de produção de biocombustíveis, permitindo a geração de um combustível com pegada de carbono negativa”, complementou o executivo

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