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Armazenamento de carbono é oportunidade de renda para usinas de etanol de milho

sugar cane farm, green sugar plant at sunset
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Para uma das pioneiras na produção de etanol de milho no Brasil, a tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS na sigla em inglês) é uma oportunidade para a empresa atingir o objetivo de se tornar a maior produtora mundial de biocombustível carbono negativo. É o que destaca o vice-presidente executivo de Sustentabilidade e Novos Negócios da FS Bioenergia, Daniel Costa Lopes.

O executivo está confirmado como palestrante do Carbonless Summit, evento marcado para os dias 04 e 05 de novembro em São Paulo (SP) com a participação de especialistas do Brasil, Canadá, Estados Unidos, Europa e Arábia Saudita. Entre os principais temas do encontro está a utilização de tecnologias para viabilizar o armazenamento de carbono no solo e com isso, aumentar ainda mais a redução de emissões atingida pelo uso do etanol e gerar novas receitas para usinas que produzem o biocombustível.

Em uma de suas plantas, localizada no município de Lucas do Rio Verde (MT), a FS está implantando um projeto pioneiro de CCS, que até o momento recebeu cerca de R$ 460 milhões em investimentos, com estimativa de conclusão em junho de 2026. O projeto consiste na captura do CO2 emitido durante a fermentação do milho, etapa final da produção do etanol, e posterior estocagem no subsolo.

Lopes destaca que o retorno do investimento virá da venda de créditos de carbono – tanto no mercado voluntário quanto no âmbito do RenovaBio -, bem como de prêmios, pagos em mercados internacionais, por exemplo, pelo etanol de pegada negativa de carbono. “Há um grande potencial para este tipo de biocombustível para fabricação de combustível sustentável de aviação, o chamado SAF, e marítimo também.”

O Brasil tem potencial de captura de carbono em torno de 200 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano, considerando o nível atual de atividade econômica do país. Neste sentido, o mercado brasileiro de captura e armazenamento de carbono no solo tem perspectiva de movimentar entre R$ 14 e R$ 20 bilhões anuais, com participação significativa do setor de etanol, indicam estimativas da CCS Brasil, uma das entidades organizadora do Carbonless Summit junto com a empresa Hidroplan. Já o mercado mundial de CCS deve movimentar US$ 3,54 bilhões em 2024, com estimativa de atingir US$ 14,51 bilhões em 2032.

Oportunidades econômicas com créditos de carbono e etanol de emissão negativa

O etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil já reduz em até 90% as emissões de gases que contribuem para as mudanças climáticas. A captura e o armazenamento do CO2 gerado durante o processo de produção do biocombustível faz com que essa pegada de carbono seja ainda menor, chegando a ser negativa.

“As mais de 360 usinas que produzem etanol no Brasil têm a oportunidade de fazer do País o líder global nesse mercado, abrindo as portas para o acesso aos créditos de carbono e criando mais uma fonte de receita para as usinas”, explica o geólogo Everton Oliveira, presidente da Hidroplan.

A atividade de CCS no setor de etanol pode resultar em ganhos financeiros para as usinas tanto por meio da geração e comercialização de créditos de carbono como também pela certificação do biocombustível como “zero emissor” ou “emissor negativo”. Isso permite que o etanol seja monetizado com ágio em mercados que valorizam este atributo.

“A lei do Combustível do Futuro chega para estabelecer o marco-regulatório de CCS no país, determinando as diretrizes gerais para a atividade. A legislação vai dar o arranque definitivo do tema no Brasil, destravando projetos já engatilhados, que avançam agora para a fase de real implantação”, destaca Isabella Morbach, diretora da CCS Brasil.

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