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Mesmo os custos de produção, bom ATR garante boa safra para os produtores

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O cenário para safra 2021/22 é bastante promissor para os produtores de cana. Com os bons preços de açúcar e a perspectiva de preços de etanol também mais elevados, causados pelo balanço de O&D mais apertado durante a safra, a estimativa do Itaú BBA indica um valor de ATR na safra ao redor de R$ 0,98 por kg, alta de 26% sobre a temporada anterior.

Apesar do incremento de receita projetado, o fornecedor de cana, assim como as usinas, se deparará com um aumento relevante dos custos de produção.

Além do impacto da valorização do dólar, o aumento dos preços internacionais dos fertilizantes e defensivos e a elevação do diesel – que deve contribuir para um aumento das despesas com CCT (para os produtores que operam com CCT próprio) e operações de máquinas agrícolas – deverão ser os principais vilões dos custos.

Leia também: Raízen vai construir sua segunda planta de etanol celulósico

“Não se pode deixar de mencionar também que o custo da mão de obra e de arrendamento tendem a voltar a subir, com o primeiro puxado pela alta da inflação e o segundo pelo aumento do valor do ATR”, disseram os analistas do Itaú BBA.

Ainda de acordo com o Itaú BBA, os produtores devem estar atentos aos possíveis atrasos nas entregas de fertilizantes diante do aumento da demanda nacional associado ao crescimento da área plantada de diversas culturas.

“Isso sugere que qualquer ruptura, mesmo que ligeira no fluxo logístico, poderá afetar a disponibilidade do insumo no momento correto.”

De acordo com Denis Arroyo, diretor executivo da Orplana, a expectativa é que os preços remunerem bem, uma vez que o mercado de açúcar continua bastante aquecido e que o etanol tem um mercado melhor do que no ano passado.

Entretanto, apesar de um faturamento melhor, os custos de produção estão muito impactados, pois os insumos subiram muito.

“Uma coisa importante que as vezes escapa é que o custo fixo de produção de cana, o custo agrícola, está acima de 80% e quando você fala que o preço vem da quebra de safra, para quem tem custo fixo, um menor volume de cana traz um impacto muito grande”, afirma Arroyo.

Com menos cana para uma mesma estrutura, proporcionalmente a margem não deve crescer tanto quanto crescem os faturamentos, segundo Arroyo. “De qualquer forma é uma safra que deve trazer algum resultado, mas em margem isso não vai acontecer. Essa é a nossa perspectiva”, adiciona.

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