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Atvos inicia integração de operações agrícolas em duas usinas

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Atvos quer moer 35 milhões de t

A Atvos, que está em recuperação judicial e é alvo de um dos maiores imbróglios societários hoje no Brasil, está buscando manter suas operações e reduzir custos enquanto a disputa entre a Odebrecht, que segue no controle da companhia, e o fundo Lone Star não chega ao fim. Em outubro, a empresa começará a integrar as atividades nas lavouras de duas usinas após investimentos em monitoramento e conexão de máquinas agrícolas em tempo real.

A integração das operações agrícolas começou a ser testada no ano passado em áreas próprias nas usinas Eldorado e Santa Luzia, ambas em Mato Grosso do Sul. A partir do mês que vem, o projeto terá início nas usinas Conquista do Pontal e Rio Claro — localizadas em São Paulo e Goiás, respectivamente.

Nas usinas sul-mato-grossenses, foram instaladas torres de satélite e sistemas de automação que permitem que operadores façam a gestão das máquinas agrícolas em tempo real e partir de uma central em Campinas (SP). Durante a pandemia, esse controle vem sendo realizado em home office.

O objetivo é agilizar as atividades agrícolas, aumentar a produtividade das máquinas e reduzir custos. E essas metas já vêm sendo alcançadas, segundo Rodrigo Vinchi, diretor agrícola da Atvos. Até o momento, o sistema aumentou o tempo de uso das máquinas em campo em 20% a 25%, o que vem reduzindo a demanda por equipamentos.

“Havia uma central de monitoramento, mas não com visão integrada. Se tivesse um caminhão quebrado na estrada, ou se a indústria estivesse com problema, não havia interligação. Agora vemos todo o processo”, afirmou Vinchi.

O grupo vai expandir o projeto, batizado de Cubo, para as oito usinas em atividade até março de 2021. Com um investimento de R$ 12 milhões em todas as unidades, a redução de custos esperada é de R$ 34 milhões ao ano, ante investimentos na área agrícola que ficam entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões por temporada.

A ideia é que os recursos economizados com máquinas e equipamentos (que consomem entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões por safra) sejam direcionados ao plantio de cana-de-açúcar, área que a empresa mais precisa investir para recuperar a produção após anos de crise.

Vinchi estima que a economia prevista com o projeto permitirá o plantio de 4 mil a 5 mil hectares ao ano — o que, se traduzidos apenas em áreas novas, representaria cerca de 300 mil toneladas de cana colhidas a mais em cada safra. Na safra atual (2020/21), a companhia deve moer 27 milhões de toneladas de cana, em linha com o volume moído na safra passada (26,9 milhões).

Segunda maior produtora de etanol do país, a Atvos teve seu plano de recuperação judicial homologado em meados de agosto depois de acumular dívidas da ordem de R$ 15 bilhões. A homologação se deu mesmo em meio à confusão gerada depois que o Lone Star comprou de credores da Odebrecht, por R$ 5 milhões, o controle da sucroalcooleira. Essa aquisição é questionada pela Odebrecht na Justiça e em tribunal arbitral e a pendenga segue indefinida.

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