Os preços internacionais do açúcar fecharam em queda nesta semana, pressionados por um conjunto de fatores que reforçam o cenário de oferta elevada no mercado global. O avanço da produção na Índia, a desvalorização do petróleo e as projeções de superávit mundial para a safra 2025/26 ampliam a percepção de um mercado amplamente abastecido.
O contrato do produto bruto com vencimento em março de 2026 caiu 1%, encerrando a sessão em 14,95 centavos de dólar por libra-peso. O açúcar branco, por sua vez, fechou em queda de 0,7%, a US$ 426,40 por tonelada.
Outro fator de pressão vem do mercado de energia. A recente queda do petróleo, que atingiu o menor patamar em cerca de um mês e meio, enfraquece os preços do etanol e pode estimular usinas ao redor do mundo a direcionarem uma parcela maior da moagem de cana para a produção de açúcar, em detrimento do biocombustível, ampliando a oferta global do adoçante.
No Brasil, as perspectivas também seguem baixistas para os preços. Em 4 de novembro, a Conab elevou sua estimativa de produção de açúcar na safra 2025/26 para 45 milhões de toneladas, ante projeção anterior de 44,5 milhões. Já a Unica informou que a produção de açúcar no Centro-Sul do país na primeira quinzena de novembro cresceu 8,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 983 mil toneladas. No acumulado da safra até meados de novembro, a produção somou 39,179 milhões de toneladas, avanço de 2,1% na comparação anual.
Projeções reforçam cenário de superávit
Do lado do balanço global, a Organização Internacional do Açúcar (ISO) projetou, em 17 de novembro, um superávit de 1,625 milhão de toneladas na safra 2025/26, após um déficit de 2,916 milhões de toneladas em 2024/25. Segundo a entidade, o superávit é impulsionado pelo aumento da produção na Índia, Tailândia e Paquistão. Em agosto, a ISO havia estimado um déficit de 231 mil toneladas para o ciclo 2025/26.
A ISO projeta ainda crescimento de 3,2% na produção global de açúcar em 2025/26, para 181,8 milhões de toneladas. Na mesma linha, a trading Czarnikow revisou para cima sua estimativa de superávit global, elevando-a para 8,7 milhões de toneladas, aumento de 1,2 milhão de toneladas em relação à projeção de setembro, que era de 7,5 milhões.
O conjunto desses fatores mantém o mercado sob pressão, com preços do açúcar reagindo à combinação de oferta crescente, cenário energético menos favorável ao etanol e expectativas de superávit no balanço global.
Com informações da Barchart

