A Petrobras avalia que o Brasil “não acordou direito” para o uso de seu combustível marítimo (bunker) com 24% de conteúdo renovável, afirmou a presidente da petroleira estatal, Magda Chambriard, em entrevista à CNN Money nesta segunda-feira, 24.
A venda do bunker com conteúdo renovável é uma das iniciativas em curso pela companhia para ampliar seu portfólio de combustíveis que geram menos emissões de gases do efeito estufa.
Questionada se esses combustíveis são de nicho ou se no futuro serão os principais produtos da companhia, Chambriard afirmou apenas que eles estão entrando no mercado.
“O bunker com 24% de renovável é extremamente bem aceito na Ásia; nós estamos vendendo muito bem em Singapura. Acredito que o Brasil não acordou direito ainda para ele, e esse vai ser nosso esforço”, afirmou Chambriard.
A executiva não elaborou sobre a demanda pelo produto no Brasil, mas a empresa tem o objetivo de ampliar investimento em combustíveis renováveis.
Alguns produtos da empresa, como o diesel coprocessado com óleo vegetal, que não foi incluído na lei Combustível do Futuro, enfrentam resistência de setores como os produtores de biodiesel.
A executiva ressaltou que, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas COP30, em Belém (PA), a Petrobras abasteceu seus próprios navios no terminal de São Sebastião, em São Paulo, com um bunker com 24% de renovável.
A executiva também afirmou que, na COP30, forneceu o seu diesel coprocessado com 10% de combustível renovável.
“Estamos lançando a patente Petrobras do diesel com 10% de óleo vegetal na sua estrutura, um diesel tão perfeito, tão perfeito que você só consegue saber a diferença do diesel tradicional fóssil para esse com um teste de carbono-14, porque o carbono-14 é capaz de distinguir aquele carbono antigo fóssil do carbono novo vegetal”, disse Chambriard.
Reuters| Marta Nogueira

