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Cbios: preços fecham outubro com alta de 21% em relação a mês anterior

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Segundo analistas do Itaú BBA, a aprovação de Lei do Combustível do Futuro já impacta no curto prazo na oferta de Cbios

Os preços da comercialização dos CBios terminaram outubro com alta de 5%, aos R$ 83,5. Esse é o segundo mês de alta consecutiva, após oito meses de tendência de baixa. Ainda assim, esse valor está 7% abaixo da média de 2024, a qual está, atualmente, em R$ 89,7/CBio. Além disso, de acordo com levantamento do Itaú BBA, o volume de CBios negociados vem aumentando consideravelmente, sendo que, em outubro foram negociados 10,3 milhões de créditos, 21% acima do mês anterior. “Esse foi o maior volume mensal observado no ano”, segundo os analistas do banco.

Baseado no relatório da B3, a emissão de CBios em outubro chegou aos 4,22 milhões de títulos de créditos de descarbonização emitidos, um aumento de 32% sobre o mesmo mês do ano passado, além de ser 36% maior que o mês anterior. No acumulado do ano (até dia 31/10), a soma atingiu 35,2 milhões de CBios, o que representa um crescimento de 25% frente ao mesmo período de 2023.

Os estoques de créditos de descarbonização subiram para 28,5 milhões de CBios em 31 de outubro, um acréscimo de 0,2 milhões de CBios frente ao início do mês. Em outubro, os estoques cresceram 0,3 milhões de CBios nas mãos da parte obrigada, a qual acumulava 16,2 milhões de CBios. Além disso, a parte obrigada já aposentou 14,3 milhões de CBios no ano meta 2024, quase 4,1 milhões de créditos de descarbonização no mês. Considerando os 2,3 milhões de CBios aposentados antecipadamente no ano meta 2023, a parte obrigada já adquiriu 32,8 milhões CBios do total de 46,4 milhões (somando a meta anual compulsória de 2024 e os créditos não entregues em 2023) que necessitarão aposentar até 31/dez, ou seja 70,6%da meta.

Efeito da Lei do Combustível do Futuro

No início de outubro, o Projeto de Lei “Combustível do Futuro” foi sancionado pelo presidente da República. Na perspectiva da Consultoria Agro do Itaú BBA, essa lei terá um impacto muito positivo através do aumento expressivo da participação de biocombustíveis na matriz energética brasileira. Contudo, destacam que, apesar de já influenciar no curto prazo, os impactos da lei serão sentidos principalmente no longo prazo, que por sua vez irá ter um efeito positivo na oferta de CBios nos próximos anos.

“Essa expectativa de aumento da oferta é muito importante para a viabilidade e sucesso do programa Renovabio no longo prazo, pois o
programa foi feito coma ambição de uma forte redução da pegada de carbono na matriz de transportes brasileira. Em efeitos práticos, a média de crescimento anual da meta obrigatória é de 9%para os próximos 10 anos”, afirmaram em relatório.

No entanto, os analistas lembram que apenas o fato de existirem metas agressivas para o longo prazo no programa Renovabio não foram o suficiente para garantir que elas sejam mantidas. “A história dos cinco anos do programa Renovabio nos mostra que as metas são reajustadas de forma a não serem frustradas. Por exemplo, em 2020, a meta obrigatória para 2024 era de 66,9 milhões de CBios, porém após sucessivas revisões, em dez/23 ela foi revista para 38,8 milhões de CBios. Dessa forma, além de ter a meta ambiciosa, é necessário um ambiente regulatório favorável ao aumento estrutural uso de biocombustíveis para que a meta seja factível. Caso contrário, vai ser revista para baixo. Agora, após a sanção do Combustível do Futuro, a probabilidade das atuais metas de longo prazo estarem nos mesmos níveis, e serem atingidas, ficaram consideravelmente maiores. Esse conjunto de regulações traz o Brasil para mais próximo do seu objetivo de descarbonização da matriz energética, em especial de transportes”, adicionaram.

Natália Cherubin para RPAnews
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