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Clealco tem leilão de usina suspenso por dívidas

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A Clealco, companhia sucroenergética com duas usinas no interior paulista e que está em recuperação judicial, teve leilão de uma de suas unidades suspenso pela Justiça. O motivo é uma dívida de quase R$ 450 milhões com a União.

O leilão, que poderia viabilizar a venda da usina Clementina ou da Queiroz como unidade produtiva isolada (sem passivos), iria acontecer na semana que vem, no dia 19 de outubro.

De acordo com apuração do jornal Valor, a União argumentou que a venda de uma das indústrias esvaziaria o patrimônio da companhia e impediria que a Clealco tivesse fluxo de caixa nos próximos anos para cumprir os pagamentos das dívidas fiscais que já foram e das que ainda estão sendo renegociadas.

Parte da dívida com o Fisco federal, de R$ 200milhões, foi repactuada em abril deste ano, e a outra parte está em negociação.

A União ameaçou pedir a transformação da recuperação judicial em falência caso o leilão ocorresse. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional argumentou que a reforma da lei de recuperações judiciais, que entrou em vigor no início do ano, permite que a recuperação seja transformada em falência caso a empresa deixe de pagar as parcelas acordadas com o Fisco.

Os principais bancos credores da usina – Itaú, Santander e Rabobank – não gostaram da situação. Isso porque estes credores teriam prioridade no recebimento de valores gerados pela venda de uma das usinas por terem aderido ao plano.

Em manifestação nos autos, a Clealco admitiu que, caso venda a usina Queiroz ou a Clementina, não deverá ter fluxo de caixa suficiente para pagar suas dívidas, especialmente a parcela de créditos não sujeitos à recuperação judicial, como as dívidas fiscais.

Em suas projeções financeiras a Clealco levou em consideração os preços atuais do açúcar e do etanol, que estão em patamares elevados. A companhia ainda afirmou que vem deixando de investir na renovação dos canaviais na proporção que havia prometido por causa de problemas climáticos – como seca e geadas – e também pela decisão de proteger seu caixa quando estourou a pandemia.

Com isso, a moagem de cana-de-açúcar das próximas safras deverá ser afetada, levando mais tempo para que se atinja a capacidade máxima de moagem, que é de 7 milhões de t de cana.

A empresa sucroalcooleira também citou a alta generalizada dos custos de produção, agravada após a aprovação do aditamento do plano de recuperação pelos credores, para sinalizar que seu fluxo de caixa deve ser prejudicado no curto prazo.

A Clealco, segundo o Valor, se dispôs a entrar em um procedimento formal de mediação. O administrador judicial, a R4C, concordou com a suspensão do leilão e solicitou uma perícia.

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