Agrícola
Conheça o plantio de cana-de-açúcar ensacada da Usina Petribu
Natália Cherubin
A Usina Petribu, localizada em Lagoa de Itaenga, em Pernambuco, realiza um plantio de cana-de-açúcar bastante diferente das usinas e produtores da região Centro-Sul: a cana vai ensacada para plantio.
De acordo com Luiz Jatobá, engenheiro agrônomo da área de Produção da Usina Petribu, o plantio de rebolos realizado pela unidade começa com a colheita manual da cana crua, que é cortada e picada pelo cortador de cana e em seguida ensacada por outro trabalhador.
“Nos sacos, que pesam entre 15 a 18 kg, vão aproximadamente 60 rebolos, o que facilita o manuseio do trabalhador. Os sacos são transportados por meio de caminhões até a área onde será plantado no dia seguinte ao corte e ensacamento”, explica Jatobá.
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Ainda de acordo com Jatobá, nos plantios realizados em áreas de encostas, a maior dificuldade é o tombo da cana, sendo assim, os saquinhos facilitaram a operação.
“Devido a nossa topografia a maior dificuldade do plantio é o tombo da cana. Não usamos mais nenhuma máquina como bell ou carregadeira no plantio”, diz.
Antes de adotar este sistema, a usina cortava a cana inteira, coletava e levava até a área de plantio com ajuda da carregadeiras, o que, segundo ele, danificava muito as gemas. “Com este sistema a muda fica mais sadia.”
Apesar de não ser o plantio menos oneroso, segundo Jatobá, pois há necessidade de se fazer o transporte da muda, diante da condição de topografia da usina, este modelo de plantio tem sido a melhor opção em em resultado e economia.
Plantio de baixa densidade de mudas
Os cooperados da COAF (Cooperativa da associação de produtores de cana de Pernambuco), realizam esse plantio, que chamam de Plantio de Baixa Densidade de Mudas, cujo conceito é economizar semente, produzir mais cana, utilizar menos máquinas, reduzindo consumo de diesel, reduzir necessidade de replantio, reduzir a entrada de máquinas no campo e ainda permitir a retirada de mudas durante o ano todo.
De acordo com dados disponibilizados em documento da COAF, as premissas para este plantio são um bom planejamento de moagem, plantio e irrigação; análises de solo; dessecação de soqueira; aplicação de corretivos; e mão de obra disponível.
Com o uso do sistema há economia de mudas, já que neste plantio usa-se apenas de 5,5 a a 8 t de muda por hectare. As mudas devem ter idade de no máximo 10 meses, não ter tido stress hídrico, de preferência ser uma cana planta ou no máximo de segundo corte, livre de pragas e bem nutrida. Ainda de acordo com documento da Coaf sobre o plantio, é preciso ter viveiro nas unidades.
A distribuição da muda é feita em três diárias, onde e possível fazer 2,0 ha/dia. São dispostos aproximadamente 360 sacos, de quase 18 kg, por galéia/hectare. A distribuição é feita de forma sequenciada para melhor viabilizar o plantio.