Edição 191
Dropes
CANA TRANSGÊNICA: ESPECIALISTAS CRITICAM LIBERAÇÃO COMERCIAL
Representante do Ministério do Meio Ambiente e especialistas em meio ambiente e agricultura familiar, que votaram contra a liberação comercial da cana transgênica apontaram falta de estudos sobre os impactos ambientais e à saúde. Aprovada no mês de junho, a planta geneticamente modificada conta com a inserção de uma toxina capaz de matar sua principal praga, a lagarta Diatraea saccharalis, mais conhecida como broca da cana.
Do lado de dentro, diretores do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), que desenvolveram a biotecnologia, comemoraram. “Fomos promovidos. Agora estamos na agricultura moderna”, disseram. Os três votos contrários são de um representante do Ministério do Meio Ambiente e de especialistas em meio ambiente e agricultura familiar, que analisam os estudos apresentados pelo CTC desde o final de dezembro de 2015, quando foi protocolado o pedido de liberação.
Os especialistas contra a liberação chegaram à conclusão de que as pesquisas com a planta são cheias de falhas. No caso da cana, há lacunas quanto aos potenciais efeitos sobre organismos que não são o alvo das toxinas da planta modificada, aos animais e humanos que consumirem a cana in natura, e o risco de essas novas espécies virem a prevalecer sobre as espécies silvestres a partir dos cruzamentos entre ambas.
UNICA CONSIDERA PAINEL CONTRA CHINA NA OMC
A Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) considera “uma possibilidade bastante concreta” a abertura de um painel contra a China na Organização Mundial do Comércio (OMC). Representante das usinas de açúcar e etanol da região Centro-sul do Brasil, a entidade é contra a salvaguarda dos chineses para a importação de açúcar.
O governo chinês anunciou que a tarifa passará de 50% para 95% pelos próximos 12 meses. No período seguinte, cairá para 90% e, depois, para 85%. A medida vale para os volumes que ultrapassem as cotas de exportação. A do Brasil, maior exportador global e que tem os chineses como principais clientes, é de 1,945 milhão de t.
Para a Unica, a salvaguarda reduz a competitividade do açúcar brasileiro no mercado chinês. E foi anunciada em meio a uma expectativa de aumento nos embarques para o país asiático. Na safra 2016/2017, foram 2,149 milhões de t. Para a atual, a previsão é de 3 milhões. “É uma quantidade expressiva”, avalia a presidente da Unica, Elisabeth Farina, que teme um efeito ainda mais prolongado do que os três anos previstos inicialmente. De acordo com ela, a sobretaxa poderia ser renovada a ponto de durar pelo menos dez anos.
ÍNDIA SERÁ O 1º PAÍS DO MUNDO A TER PORTOS 100% ABASTECIDOS COM ENERGIA VERDE
Enquanto os EUA saem de um dos maiores acordos do ramo depois da decisão tomada por Donald Trump, a Índia vai pelo caminho contrário e mostra o que é possível fazer quando há um foco nas soluções de energia verde. Em um anúncio, o governo local explicou que todos os 12 grandes portos do país serão alimentados 100% por fontes de energia renováveis – mais especificamente instalações eólicas e solares. A ideia é que, até 2019, o sistema consiga gerar cerca de 200 Mw de energia para as docas, com esse número podendo saltar para até 500 Mw nos anos seguintes.
Desse montante a expectativa é que 75% de toda a alimentação seja feita por painéis solares, enquanto o restante deve se originar em um parque eólico instalado na costa do país. “Esses projetos de energia renovável vai ajudar na redução da emissão de carbono e levar a melhorias ambientais em torno dos portos”, analisou o governo indiano ao comentar o assunto.
SETOR PERDE IMPORTANTE ÍCONE DA MECANIZAÇÃO
O setor sucroenergético perdeu um dos principais nomes da colheita mecanizada de cana-de-açúcar, o consultor australiano Stanley John Pearce. Profissional de renome, John Pearce tinha mais que 50 anos de atuação em mecanização, sendo responsável por inúmeras melhorias na tecnologia que hoje propicia a colheita mecânica de cana em várias partes do mundo, tendo, inclusive, um amplo trabalho de pesquisa e consultoria em usinas brasileiras.
Pearce salientava que a colheita mecanizada é a última etapa do processo de produção de cana e sua eficiência, além de uma operação e manutenção adequada nas colhedoras, está diretamente relacionada com a qualidade dos processos anteriores como planejamento e sistematização da área, plantio, nivelamento do solo e tratos culturais
A Case IH, empresa por onde Peace passou grande parte de sua carreira, o homenageou em sua página oficial. “Hoje, prestamos nossa homenagem a um grande homem que além de ser uma das autoridades mundiais em mecanização agrícola, foi nosso grande companheiro de equipe e responsável por ajudar a transformar a Case IH em uma referência no mercado de cana-de-açúcar. Seus estudos e conhecimentos foram essenciais para a evolução das máquinas agrícola e seu legado está enraizado em todas nossas máquinas. Agradecemos por tudo, John”, concluiu a nota.
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