10 GRUPOS AINDA PODEM PEDIR RECUPERAÇÃO JUDICIAL ATÉ O INÍCIO DA PRÓXIMA SAFRA NO BRASIL

Mesmo após 21 usinas de quatro grupos econômicos terem solicitado a Recuperação Judicial nos cinco primeiros meses de 2019, ainda há 10 grupos que podem ter de chegar a dar este passo em função da situação financeira que enfrentam.

Segundo levantamento da RPA Consultoria, estes 10 grupos totalizam 21 usinas, sendo que 14 delas está operando e sete já estão paradas. “Acredito que no ano que vem os preços do açúcar devem começar a melhorar. Então, com preços melhores, a situação das usinas, principalmente com disponibilidade de crédito de dinheiro novo, deve começar a melhorar. Pelo menos para de piorar”, afirma Ricardo Pinto, sócio-diretor da RPA Consultoria.

Até o início de junho, dados divulgados pela Consultoria apontaram que a temporada 2019/20 registrava 25% das usinas em recuperação judicial ou falidas. Das 444 usinas brasileiras, 343 estavam em funcionamento, sendo que deste total, 81 estavam em recuperação judicial, 29 falidas e 101 paradas.

BRASIL TERÁ ACRÉSCIMO DE 6% EM USINAS OPERANDO EM 2030

O Brasil deverá ter 393 usinas em funcionamento em 2030, número 6% maior do que as 369 usinas operantes em 2018. De acordo com dados do EPE (Empresa de Pesquisa Científica), isso representará um acréscimo de 165 milhões de t na capacidade de moagem das unidades brasileiras, chegando a 865 milhões de t. Hoje a capacidade é de 750 milhões de t.

Segundo o levantamento, apresentado durante o Ethanol Summit 2019, que aconteceu em São Paulo, para se chegar neste número de capacidade, deverão ser inauguradas 16 usinas. Enquanto mais 16 terão sua capacidade expandida e 10 serão reativadas. No período, a estimativa é de que duas unidades sejam fechadas.

PLATAFORMA PERMITE PESSOAS FÍSICAS INVESTIREM EM ETANOL

A Hurst Capital lançou a primeira plataforma brasileira que permite pessoas físicas a investirem no etanol, com uma operação de recebíveis de etanol de R$300 mil, que proporciona uma rentabilidade ao investidor de 25% ao ano ou 1,88% ao mês. Com este tipo de operação, pela primeira vez, os consumidores de etanol tem oportunidade de investir diretamente nos produtores do combustível e auferir um ganho financeiro direto que, segundo a empresa, supera em muito as aplicações financeiras mais comuns no mercado.

A antecipação de recebíveis, como receitas de cartões de crédito, cheques pré-datados e duplicatas até hoje só era feita por instituições financeiras como bancos, factorings, fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDC) e adquirentes de cartão de crédito. O surgimento das fintechs abriu caminho para tornar esse tipo de operação mais acessível a pequenas e médias empresas.

“Fechamos um negócio de R$300 mil, em que o sacado (da empresa que vai pagar o produtor do etanol) não tem o porte que os bancos preferem. Estamos abrindo caminho, no sentido do que o Banco Central (BC) chama de democratização financeira, isto é, centrar na evolução tecnológica para oferecer juros mais baixos, serviços financeiros melhores e participação de todos no mercado”, diz Luís Fernando Coutinho, responsável por Produtos na Hurst.

De acordo com a empresa, a referida operação é de cessão direta dos títulos de crédito (duplicata), o qual foi originado a partir de uma operação mercantil de compra e venda, portanto, essas ofertas estão fora do âmbito de atuação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

USINAS DE CANA LIDERAM POSTOS DE TRABALHO NO MS

Em Mato Grosso do Sul, a indústria sucroenergética, com 19 unidades em operação, já gerou ٧٤٧ novos postos de trabalho no período de janeiro a abril deste ano. A informação é do Radar Industrial da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul. De acordo com o levantamento, que traz dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), a atividade de fabricação de etanol lidera na geração de empregos entre outras atividades industriais no Estado.

O saldo é de 618 novos postos de trabalho no primeiro quadrimestre do ano. Já a produção de açúcar foi responsável por mais 129 oportunidades no mesmo período. Para o presidente da Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul) Roberto Hollanda Filho, o setor sucroenergético reagiu em termos de produção na última safra e a geração de novos postos de trabalho sinaliza a boa perspectiva do setor para o novo ciclo. “Com o início da safra 2019/20 já esperávamos um saldo maior de contratações, mas o número superou as nossas expectativas, o que é uma boa notícia para o setor e para o Estado”, explica. A safra da cana-de-açúcar teve início dia 1 de abril e segue até 31 de março de 2020.

Ao todo, o setor sucroenergético é responsável por mais de 32 mil empregos diretos (Rais/CAGED/Biosul). Para cada emprego direto, segundo economistas, são gerados três indiretos, o que soma mais de 96 mil empregos indiretos gerados pelo setor. Destaque entre as atividades agroindustriais do Estado, oferece a melhor média salarial entre as indústrias com mais de 10 mil empregos gerados.