Etanol
“É hora de susbitituir gasolina por etanol”, diz economista da USP
O Brasil precisa urgentemente aumentar o uso do etanol como combustível. Essa é a opinião de Paulo Feldmann, professor da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo).
“A guerra na Ucrânia, além dos milhares de mortos, feridos e desabrigados, traz consequências econômicas enormes para vários países —inclusive o Brasil, que será um dos mais afetados. Seremos impactados porque a guerra de imediato causa uma queda na atividade econômica mundial, com diminuição brusca da atividade comercial entre os países. Além disso, há aumento nos preços de diversas mercadorias estratégicas —muitas delas são por nós importadas, como fertilizantes e petróleo”, disse em artigo publicado na Folha de S. Paulo.
Várias alternativas vêm sendo cogitadas para fazer frente ao aumento dos preços internacionais do petróleo, cujo barril chegou a mais de US$ 130. As medidas que estão sendo discutidas e formatadas, como a criação de subsídios para diminuir o preço da gasolina, na opinião do especialista, fariam com que os governos estaduais e federal abrissem mão do recebimento de alguns impostos para promover essa desoneração.“Esse tipo de medida não apenas não resolveria o problema como deterioraria a já muito frágil situação fiscal do País — e certamente provocaria, a curtíssimo prazo, um aumento inflacionário com a desvalorização do real. O mais incrível é que o Brasil não precisa de nada disso, pois já tem a solução: trata se do etanol. Também chamado de álcool, é um biocombustível de origem vegetal que, no Brasil, é produzido a partir da cana-de-açúcar e, nos Estados Unidos, a partir do milho. Diferentemente do petróleo, que é fóssil, o etanol é um combustível muito mais limpo”, afirmou.
Para isso, de acordo Feldmann, o Brasil precisa “urgentemente aumentar o uso do etanol como combustível; e isso não é difícil. A grande maioria dos veículos em nosso país já é híbrido e aceita o etanol como combustível em seus motores; os postos de abastecimento sempre possuem bombas para abastecer com etanol.”
Ele comentou que o Proálcool (Programa Nacional do Álcool), criado há quase 50 anos, permitiu que o Brasil se saísse melhor que outros países nas crises mundiais anteriores e que, desta vez, o país está diante de uma crise muito mais séria e que não se resolve a curto prazo.
“Precisamos retomar o Proálcool, obviamente com novo formato, para que o mesmo não tenha que oscilar conforme as crises mundiais. Ele poderá ser não apenas uma grande saída para o Brasil: poderíamos, inclusive, dar um exemplo para o mundo ao utilizar uma alternativa mais barata e muito menos agressiva ao meio ambiente”, afirmou em artigo.
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