O governo brasileiro decidiu acabar com a isenção de tarifa sobre as importações de etanol com efeito imediato, uma medida que prejudicaria principalmente a indústria do biocombustível dos Estados Unidos.
A partir de agora, as importações de etanol pagarão uma taxa de 16% para entrar no Brasil, até o final do ano. Essa taxa aumentará para 18% em 2024, de acordo com um comunicado publicado na noite de quarta-feira, 1º, no site do Ministério da Agricultura.
Os Estados Unidos são os maiores fornecedores do combustível ao Brasil, que apesar de grande produtor costuma importar algumas cargas para atender a região Nordeste.
“Ficamos decepcionados com a decisão do Brasil de restaurar uma alta tarifa sobre as importações de etanol dos EUA”, disse o presidente e diretor-executivo da Associação de Combustíveis Renováveis dos EUA (RFA), Geoff Cooper, na quinta-feira.
“Como os dois maiores produtores e consumidores de etanol do mundo, os EUA e o Brasil deveriam dar o exemplo de cooperação e mercados abertos – não de protecionismo e interferência no mercado”, completou.
O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro havia zerado o imposto de importação de etanol em março passado, como parte de outras medidas para reduzir custos de combustível e alimentos.
A decisão de acabar com a isenção acontece dias antes da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos EUA para se encontrar com o presidente Joe Biden. Assim, a RFA disse que espera que a questão seja abordada na reunião na Casa Branca.
O ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, disse que a isenção de impostos estava prejudicando a indústria local de açúcar e etanol e tinha que terminar.
O ministério disse que as usinas brasileiras têm capacidade de fornecer etanol para todo o país sem risco de alta de preços.