O Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou uma nota oficial ontem, 04, com esclarecimentos sobre o relatório final de revisão do Projeto Consecana-SP, documento concluído e entregue à Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar e Bioenergia) e à Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil) em total conformidade com o contrato firmado no segundo semestre de 2024.
Segundo a instituição, a escolha da FGV para conduzir o estudo pela terceira vez consecutiva decorre de sua credibilidade, independência analítica e rigor metodológico — princípios que, de acordo com o comunicado, nortearam toda a execução do projeto. O relatório, afirma a Fundação, reflete exclusivamente um processo técnico estruturado, desenvolvido a partir das cláusulas contratuais e das melhores práticas de governança e transparência.
Ao longo dos trabalhos, a FGV explica que foi adotado um modelo de governança compartilhada entre as contratantes, no qual metodologias, parâmetros e procedimentos de estimação de custos e investimentos foram discutidos, validados e formalmente acordados com representantes técnicos indicados tanto pela Unica quanto pela Orplana. Por essa razão, a FGV afirmou, em nota, que “eventuais percepções de assimetria não condizem com o processo efetivamente conduzido, que se pautou pela isonomia técnica, pela rastreabilidade das decisões e pela validação conjunta das informações.”
A instituição também se posicionou sobre o uso indevido de sua marca em conteúdos publicados nas redes sociais. A FGV informou ter tomado conhecimento de divulgações que utilizaram seu nome sem autorização formal, associando-o a interpretações que não correspondem ao escopo nem ao processo técnico do estudo. O comunicado reforça que o uso da identidade institucional depende de permissão prévia e que o descumprimento desse requisito pode gerar responsabilização. A Fundação destaca ainda que o projeto foi desenvolvido em conformidade com as práticas de governança previstas em contrato, com participação ativa e paritária das entidades contratantes em suas etapas metodológicas mais relevantes.
Em relação à transparência, a FGV reafirma confiança na consistência, isenção e integridade dos resultados apresentados. Considerando a cláusula de confidencialidade prevista no contrato, a instituição — por meio do FGV Agro — solicitou formalmente à Unica e à Orplana autorização para divulgar publicamente o estudo, de forma a permitir que o setor sucroenergético e a sociedade tenham acesso às metodologias aplicadas e aos resultados obtidos. A instituição também se coloca à disposição para apresentar e debater o relatório em fóruns técnicos indicados pelo Consecana, reforçando que seu compromisso é contribuir para o aprimoramento contínuo do processo de formação de consenso setorial.
Nas considerações finais, a FGV reconhece que divergências de interpretação fazem parte da dinâmica entre segmentos do agronegócio brasileiro e afirma considerar legítimo o debate técnico qualificado. A instituição reitera que permanece aberta ao diálogo, ao esclarecimento de dúvidas e à recepção de contribuições que possam aprimorar metodologias e fortalecer a robustez das análises.
Ao mesmo tempo, manifesta preocupação com a circulação de informações que possam afetar sua credibilidade institucional ou gerar interpretações descontextualizadas sobre o relatório, ressaltando que a preservação de seus valores é fundamental para continuar exercendo seu papel de produtora independente de conhecimento aplicado. Por fim, a FGV registra satisfação em ter contribuído — de forma estritamente técnica e sem vinculação a interesses setoriais — para o avanço das discussões entre Unica e Orplana, em busca de um entendimento construtivo voltado ao fortalecimento do setor sucroenergético brasileiro.
Natália Cherubin para RPAnews

