O Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) informou na última sexta-feira, 11, que concluiu e entregou às partes o relatório de revisão do Projeto Consecana-SP, cumprindo integralmente todos os itens contratuais estabelecidos com Unica e Orplana.
Em nota, a FGV destacou que sua atuação foi pautada exclusivamente por critérios técnicos e metodologia acordada com os contratantes. “A credibilidade e independência da Fundação Getulio Vargas foram as credenciais para sermos escolhidos, pela segunda vez consecutiva, como a entidade desenvolvedora deste estudo”, afirmou a instituição.
Orplana afirmou pendências técnicas
Um dia antes da divulgação da FGV, a Orplana – Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil já havia se manifestado sobre o assunto, destacando que ainda há pendências técnicas a serem resolvidas no estudo.
Em nota divulgada na última quinta-feira, a entidade que representa 35 associações e mais de 12 mil produtores afirmou que, até o dia 9 de abril, “os estudos ainda não foram entregues em sua totalidade” e que “algumas etapas seguem pendentes”, especialmente em relação ao Capex industrial.
A Orplana negou que esteja dificultando as negociações e afirmou que continua empenhada em garantir que a revisão seja conduzida “com o rigor técnico necessário, transparência e equilíbrio entre os elos da cadeia produtiva”.
Próximos passos
Com a entrega formalizada pela FGV, o estudo agora será analisado pela diretoria do Consecana-SP e pelo G8 – grupo técnico composto por membros da Orplana e da Unica -, que poderão validar ou sugerir ajustes ao material antes da implementação de qualquer mudança no modelo de remuneração da cana-de-açúcar no estado de São Paulo.
A Orplana reforçou em sua nota que “não compactua com meias-informações ou versões unilaterais do andamento dos trabalhos”, em aparente referência a declarações anteriores de outros agentes do setor sobre o processo de revisão.
Sobre o Consecana-SP
O Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo é responsável pelo modelo de remuneração da cana que serve de referência para todo o setor sucroenergético nacional. A atual revisão é bastante aguardada pelos produtores de cana e é acompanhada de perto também pela indústria, pois definirá as bases de precificação para os próximos anos.