Home Últimas Notícias Governo e Congresso devem trocar ICMS zero por Auxílio Brasil turbinado
Últimas Notícias

Governo e Congresso devem trocar ICMS zero por Auxílio Brasil turbinado

Compartilhar

Nas articulações da PEC 16/2022, o governo e o Congresso acertaram turbinar o Auxílio Brasil em R$ 200 por mês até o fim do ano em vez de usar o valor que inicialmente a União repassaria aos estados que adotassem uma alíquota zero do ICMS, até dezembro, para o diesel e gás. A medida foi antecipada pelo Jota, ontem, 23.

A medida específica do Auxílio Brasil, cuja justificativa seria o combate aos efeitos da guerra da Ucrânia, custaria cerca de R$ 21 bilhões. O montante é menor os R$ 29 bilhões que estão na PEC original, e permitiria ainda fazer um aumento maior no auxílio-gás, cujo custo deve saltar de R$ 2 bilhões para R$ 4 bilhões.

Além disso, está mantida a ideia de um repasse para os caminhoneiros, que já vem sendo chamada nos bastidores de “PIX Caminhoneiro”, mas o valor pode ficar maior. Inicialmente a ideia era que esse programa para a categoria pagasse R$ 400 por motorista, mas o valor pode ficar bem maior – alguns interlocutores do Congresso já falam em R$ 1 mil. Para a Economia, o importante é que o orçamento total de todas essas medidas não supere os R$ 50 bilhões.

As mudanças foram resolvidas na quarta-feira (22/6) à noite em reunião no Palácio e têm aval do presidente Jair Bolsonaro, que consultou o ministro Paulo Guedes e não encontrou resistências. Fontes do governo explicam que pesou também na mudança a postura dos governadores, que têm judicializado todas as iniciativas envolvendo o ICMS.

Com as mudanças, a PEC poderá trazer também regras para mecanismos como esses acima serem acionados em outras crises, de modo similar ao que foi feito na PEC Emergencial com a criação da cláusula de calamidade. Não está descartada que a mudança constitucional seja fragmentada em outra PEC para que outro senador também relate as benesses, visando ganhos eleitorais por eventual apadrinhamento da medida. Também existe a possibilidade de a proposta incluir uma gratuidade no transporte público, no valor de R$ 5 bilhões que seriam compensados pela União aos estados e municípios por três anos, e ainda uma espécie de auxílio para as Santas Casas.

Diante do cenário crescente de insegurança jurídica envolvendo as diversas medidas de cunho social para frear o impacto dos preços, não há clareza sobre se é possível implementar a negociação em curso. Mas há um entendimento jurídico do Planalto de que, ainda que seja uma emenda constitucional, eventualmente promulgada sem sanção presidencial, seria necessária a criação de um estado de emergência para afastar qualquer risco de contestação pela lei eleitoral.

Os termos da redação ainda estão em discussão, mas uma ala do Congresso defende que o dispositivo possa vigorar nos moldes do que foi a cláusula de calamidade no caso da PEC Emergencial. Ou seja, a medida não precisaria de uma situação adversa para ser implementada no momento atual diante do impacto da guerra da Ucrânia sobre o mercado internacional. Mas, poderia voltar ao radar de outro governo em uma conjuntura adversa, independentemente do calendário eleitoral.

 

Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Tarifaço de Trump deve impactar setor pernambucano de cana-de-açúcar, diz Sindaçúcar-PE

Tarifa de 50% pode desestabilizar planejamento das exportações do estado, que teve...

Últimas NotíciasDestaque

Sucroenergéticas integram relação das dez maiores recuperações judiciais do agronegócio

Usina Açucareira Ester, Grupo Safras e Usina Maringá (grupo Diné) atuam com...