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Guatemala: uma nova fronteira para o etanol

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A Guatemala, país mais populoso da América Central e com a forte economia baseada na agricultura, é o primeiro do continente a receber o seminário Sustainable Mobility: Ethanol Talks, promovido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, Apex-Brasil e APLA (Arranjo Produtivo Local do Álcool).

Serão três dias de evento na capital guatemalteca, de 3 a 5 de maio de 2022, com a participação de especialistas do Brasil e da Guatemala, para discutir o uso do etanol como alternativa para a mobilidade de baixo carbono. A Abertura contará com a participação dos ministros de Minas e Energia do Brasil, Bento Albuquerque (virtual), e de Energia e Minas da Guatemala, Alberto Pimentel.

Também estarão presentes a embaixadora do Brasil na Guatemala, Vera Cíntia Álvarez; a presidente da Associação de Combustíveis Renováveis da Guatemala, Aída Lorenzo de Juaréz; o diretora-executiva da Associação de Produtores de Álcool da Guatemala (APAG), Ivanova Alvarado; o presidente da UNICA, Evandro Gussi; e o diretor-executivo da APLA, Flávio Castellari.

O objetivo do Ethanol Talks: Guatemala é proporcionar oportunidade de diálogo e cooperação entre agentes públicos e representantes da indústria dos dois países, com o intuito aumentar a produção e a utilização do etanol para a mobilidade sustentável, à luz do enfrentamento à crise climática.

“O etanol tem uma das menores pegadas de carbono entre os combustíveis, podendo reduzir em até 90% quando comparado à gasolina. É uma alternativa viável e acessível, mas que demanda uma política de biocombustíveis sólida, clara e de longo prazo”, afirma Evandro Gussi.

No primeiro dia, serão debatidos cinco tópicos principais: políticas públicas; o uso do etanol e a indústria automobilística; etanol, meio ambiente e saúde pública; infraestrutura e distribuição; e soluções tecnológicas para a descarbonização. No segundo dia haverá reuniões bilaterais e, para finalizar, os participantes visitarão uma unidade produtora de etanol e açúcar.

Emissões evitadas

Atualmente, mais de 70 países no mundo já possuem mandatos que estabelecem algum nível de mistura de etanol na gasolina. No Brasil, o uso de etanol por quase 50% dos carros do Ciclo Otto (veículos leves), evitou a emissão de 600 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.

Na Guatemala, com uma política efetiva que implemente a mistura de 10% de etanol na gasolina é possível evitar a emissão de aproximadamente 250 mil toneladas de CO2 anualmente. A medida contribuiria para o país latino-americano atingir os compromissos assumidos no Acordo de Paris. A meta dos guatemaltecos é diminuir 11% de suas emissões globais de CO2 até 2030.

O cultivo de cana-de-açúcar é um dos principais motores da economia guatemalteca, com exportação de 70% da produção de açúcar – o país é o sexto maior exportador do produto. A capacidade instalada para etanol é de 246 milhões de litros por ano. Para misturar 10% de etanol na gasolina do país, são necessários 238 milhões de litros por ano. Há um excedente de melaço que atualmente não é transformado no biocombustível.

“A Guatemala tem potencial produtivo para alavancar a indústria de bioenergia, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis, o que é uma grande demanda do mundo”, destaca o diretor executivo da UNICA, Eduardo Leão.

Conversas pelo mundo

Os seminários Sustainable Mobility: Ethanol Talks tiveram início em 2020, na Ásia. Foram realizadas edições em Nova Déli (Índia), Bangkok (Tailândia) e Islamabad (Paquistão). Os eventos reuniram especialistas brasileiros para oferecer cooperação e transferir conhecimentos acumulados ao longo dos mais de 40 anos de uso do etanol como combustível em larga escala no Brasil.

Um dos resultados desse intercâmbio é o Memorando de Entendimento, assinado no dia 21 de abril deste ano, pela UNICA e a Associação dos Fabricantes dos Automóveis Indianos (SIAM). O documento prevê uma série de iniciativas focadas em políticas para reduzir os níveis de emissão de gases de efeito estufa a partir do uso de etanol. Também estabelece o intercâmbio de informações sobre biomassa e acesso ao mercado e sustentabilidade dos biocombustíveis, além da criação do Centro Virtual de Excelência em bioenergia.

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