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Jalles reverte resultado negativo e apresenta lucro líquido de R$ 33,8 milhões no 2T25

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Produtividade dos canaviais da companhia registraram alta de 5% nos últimos seis meses da safra 2024/25

A Jalles, um dos grupos mais importantes do segmento canavieiro, com três unidades sucroenergéticas, registrou lucro líquido do trimestre fechou em R$ 33,8 milhões, aumento significativo de 40,83%, ante os R$ 47,6 milhões negativos do 2T24. O lucro caixa fechou em R$ 65,0 milhões no 2T25, uma recuperação no lucro do trimestre ante os R$ 43,9 milhões negativos no 2T24.

Segundo a companhia, o aumento no lucro líquido e o MTM positivo contribuíram para o resultado. “No trimestre, enfrentamos as queimadas e uma queda na produtividade das usinas. Havia expectativas de uma produção maior de açúcar no Brasil, o que impulsionou uma alta nos preços no final de setembro. Além disso, tradings e especuladores que estavam em posições descobertas liquidaram suas operações, resultando em uma valorização do açúcar”, afirmou a companhia em relatório divulgado no final da semana passada.

O Lucro Líquido da Jalles no acumulado da safra 2024/25 fechou em R$ 31,4 milhões, aumento significativo em comparação aos R$ 1,9 milhões do 6M24. O aumento de venda, principalmente do açúcar VHP e o efeito do IR Diferido, contribuíram para o saldo positivo do lucro líquido no período. O Lucro caixa totalizou R$ 56,1 milhões de reais, além do lucro líquido ter contribuído para o resultado,
o efeito IFRS 16 no custo dos produtos vendidos e despesas financeiras também cooperou no resultado com saldo finalizado em R$ 25,9 milhões no semestre, ante os 14,8 milhões negativos do mesmo período no ano passado. O MTM e variação cambial do 6M25 ficou 120% maior que os R$79,5 milhões do 6M24.

O EBIT Ajustado no trimestre finalizou em R$ 130,2 milhões, 10,5% maior em comparação aos R$ 117,8 milhões do 2T24. A Receita Líquida do trimestre foi de R$ 542,7 milhões, ante R$ 465,9 milhões do mesmo período do ano anterior, contribuindo de forma significativa para o resultado positivo do EBIT ajustado.

“Temos uma perspectiva otimista de resultados mais robustos nos próximos trimestres em resposta de uma comercialização de etanol maior devido a estratégia de estocagem e de açúcar, principalmente do VHP na USV. No semestre tivemos um EBIT ajustado de R$ 197,5 milhões, apresentando uma redução de 0,3% em relação aos R$ 198,0 milhões registrados no 6M24. O desempenho do EBIT ajustado é atribuído ao aumento da Receita Líquida, que alcançou R$ 943,9 milhões no período, representando um incremento de 3,6%. Observou-se uma variação no ativo biológico totalizando R$ 107,7 milhões no período em análise, reflexo do aumento nos preços do açúcar e do etanol”, afirmou a companhia.

A Companhia fechou o trimestre 2T25 com um EBITDA Ajustado no valor de R$ 320,9 milhões alta de 5% em relação ao 2T24 que encerrou em R$ 305,7 milhões, com uma margem de 59,9% e 65,6% respectivamente. No acumulado 6M25, o EBITDA Ajustado, no entanto, apresentou uma queda de 2,1% totalizando R$564,8 milhões com margem de 59,8%.

Área de colheita maior

A Jalles encerrou o trimestre com uma área colhida maior, totalizando 37,9 mil hectares. No plantio para renovação, a Jalles teve um impacto negativo de 23,9% no período, devido à baixa disponibilidade hídrica, sendo este, reflexo do longo período de seca que a Unidade Santa Vitória, localizada em Minas Gerais, sofreu durante os últimos meses.

“Quando há algum evento climático atípico como as secas, a irrigação é voltada para a soqueira. Por consequência, a unidade sofreu impacto em todos os outros indicadores operacionais do período. Mesmo com o cenário adverso não haverá prejuízos no cronograma de plantio de expansão”, disse a companhia em relatório.

No fechamento do período referente aos primeiros seis meses da safra (6M25), a Jalles reportou um aumento de 4,6% na moagem, totalizando 6.557,3 mil toneladas, em comparação com as 6.266,2 mil toneladas processadas no 6M24. A moagem da UOL, registrou um crescimento de 6,6%, atingindo 2.197,5 mil toneladas, em relação às 2.061,9 mil toneladas do mesmo período do ano anterior. Este incremento no volume de cana processada é atribuído a um significativo ganho de produtividade, que se deve, em grande parte, às condições climáticas favoráveis que impactaram positivamente a formação e renovação do canavial.

A produtividade finalizou o período, somando 89 t/ha sendo 2,1% maior que o segundo trimestre da safra 2023/24. Com destaque para a UOL, que finalizou o período com 97,9 t/ha melhorando em relação ao trimestre passado. A UJM encerra com 94,9 t/ha, maior em 8,3% em relação ao 2T24. O total de TAH teve queda de 1,4% no trimestre, já em relação ao 1T25 a Jalles teve uma alta expressiva, saindo de 11,1 mil t/ha no primeiro trimestre da safra 2024/25 para 13,5 voltando para a normalidade, com destaque para UOL que apresentou um TAH de 14,6 mil t/ha.

O TCH também apresentou um incremento de 5%, alcançando 90,9 t/ha no período 6M25. A UJM se destacou, finalizando o 6M25 com uma produtividade de 100,2 t/ha, o que representa um aumento de 10,6% em relação ao período anterior. Segundo a companhia, o resultado se deve a uma área maior de primeiro corte do que na safra anterior, a uma condição climática favorável e do uso de variedades decana de alta produtividade.

“No semestre, tivemos um aumento de 1,2% no total de TAH chegando a 12,0 mil t./ha. Nas unidades durante o 6M25, tivemos movimentação similar a do trimestre, com melhoria significativa no indicador, com destaque para UJM que no período somou 13,4 mil t./ha. A melhora do TAH está atrelada a melhoria da produtividade da Companhia”, afirmou a companhia em relatório.

O ATR médio de 136,9 kg/t, uma queda de 3,6% ante os 142,0 kg/t no 6M24. Apesar da queda no período, a Jalles conseguiu uma melhora no ATR médio em relação ao primeiro trimestre da safra atual, reflexo da melhor qualidade da cana nesse período em relação ao início da moagem.

O mix de produção no trimestre ficou em 51,1% para o açúcar e 48,9% para o etanol, enquanto os resultados do mesmo período do ano anterior ficaram em 39,2% e 60,8% respectivamente. O mix mais açucareiro no trimestre é reflexo, segundo a Companhia, do aumento de 30,9% no volume de produção do açúcar, totalizando 249,3 mil toneladas ante 190,5 mil toneladas no 2T24, devido a fabricação do VHP na unidade de Santa Vitória. O volume produzido de açúcar VHP no trimestre ficou em 62,1 mil toneladas enquanto no 2T24 totalizou 1,2 mil toneladas.

“No segundo trimestre da safra 2024/25, a Jalles consolidou mais um período de avanços e resiliência operacional, que nos permitiu capturar as oportunidades do mercado com a conclusão do primeiro trimestre de operação da fábrica de açúcar VHP. Em meio a um cenário desafiador, com queimadas impactando diversas regiões, o longo período de estiagem no Centro-Sul e uma recuperação gradual
na competitividade do etanol, nossos investimentos em irrigação e expansão da capacidade produtiva de açúcar se provaram fundamentais e assertivos”, disse a companhia.

No acumulado do semestre, a companhia alcançou uma produção de 105,8 mil toneladas de açúcar orgânico, representando um incremento de 8,5% em relação às 97,5 mil toneladas produzidas no mesmo período do ano anterior. Esse crescimento também se evidencia no trimestre, apresentando 25,0% a mais em relação ao 2T24 no volume de produção no período, uma vez que este intervalo é
caracterizado pela moagem da cana orgânica. A UJM teve maior disponibilidade de cana orgânica devido sua maior produtividade no período, com maiores quantidades de cana orgânica alcançamos uma boa produção no açúcar orgânico.

“Mesmo com os desafios apresentados, continuamos confiantes na entrega dos nossos projetos de expansão em andamento, com destaque para a conclusão dos investimentos na fábrica de açúcar VHP da Unidade Santa Vitória, que somaram até setembro de 2024 R$ 173,7 milhões para uma capacidade de 20 mil sacas por dia, um volume 33% superior ao inicialmente divulgado. Apesar dos avanços na produção de açúcar em relação à safra 2023/24, tanto na Unidade Otávio Lage (UOL) quanto na Unidade Santa Vitória (USV) não será possível entregar todo o volume de suas capacidades produtivas instaladas em decorrência de um menor ATR no início da colheita, queda na qualidade da pureza do caldo (o que diminuiu a capacidade de cristalização de açúcar) na USV, em um movimento semelhante ao ocorrido nas regiões produtoras do Centro-Sul. Além destes fatores climáticos, houve um processo de adequação operacional e aprendizagem mais longo que o esperado que deverá consolidar-se ao final desta safra”, afirmou a companhia em relatório.

Natália Cherubin para RPAnews
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