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Centro de Tecnologia Canavieira teve lucro 22,7% maior no 2º trimestre de 2024/25
O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) voltou a colher frutos de sua aposta em pesquisa e desenvolvimento de cana. Com o registro de uma nova patente neste ano, cujos detalhes a empresa ainda não revela, o CTC conseguiu usufruir mais dos incentivos fiscais à pesquisa.
Como resultado, o lucro líquido da companhia do segundo trimestre da safra 2024/25 cresceu 22,7%, para R$ 48 milhões. Segundo o diretor de relações com investidores Paulo Polezi, R$ 8 milhões foi ganho adicional deste trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior relativo ao benefício fiscal relacionado à Lei do Bem, que oferece incentivos a companhias que investem em pesquisa e desenvolvimento.
Do lado operacional, a companhia elevou sua receita líquida em 12,3%, para R$ 100,1 milhões. Sua participação de mercado cresceu de 15% para 30% em um ano, e a área faturada no trimestre foi de 313,5 mil hectares, alta de 6,4%.
O atraso no plantio de cana durante o segundo trimestre por causa do tempo seco e dos incêndios não teve impacto significativo no resultado do CTC. Segundo o gerente de relações com investidores, Diego Ferrés, a estiagem atrasou o plantio do período, provocando um represamento da atividade, que agora com as chuvas deve ser destravado.
“Temos trabalhado bastante para nos adaptarmos. Parte das mudas que entregaríamos ficou represada e estamos reorganizando nosso planejamento para atender as usinas”, afirmou. Fora isso, ele disse não haver nenhum outro impacto da mudança de calendário de plantio para as usinas e para o CTC.
Com as chuvas que voltaram em novembro, ele acredita que os produtores vão tirar o atraso e que o impacto das intempéries deste ano para a próxima safra pode ser até menor que o esperado inicialmente.
Com mais receita, o CTC continuou ampliando seus desembolsos com pesquisa e desenvolvimento, que somaram R$ 54,1 milhões no trimestre, alta de 8,4%. A companhia implementou dois novos centros no Nordeste, com campos de testes e laboratórios, um em Japungu (PB) e outro em Caeté (AL), para desenvolver variedades mais específicas para a região.
Além disso, a companhia descobriu um novo gene que atua no controle do bicudo-da-cana. “O próximo passo é colocar o gene dentro das nossas variedades para avaliar os resultados na planta”, afirmou Ferrés. O CTC ainda fechou uma parceria com a israelense PlantArcBio para avançar nessa frente de descoberta de genes.
Ainda no segundo trimestre, o CTC registrou uma leve queda de 1,3% em seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), para R$ 42,1 milhões. Segundo Ferrés, a baixa é explicada porque no segundo trimestre da safra passada, o CTC teve o reconhecimento de valores de “devedores duvidosos”, de usinas que estavam em recuperação judicial, e que saíram da situação.