A instabilidade vista no mercado internacional por conta do coronavírus pode acabar beneficiando, por ora, o mercado envolvendo as usinas sucroenergéticas. Mesmo ressaltando que é difícil tecer algum comentário sobre a atual conjuntura, visto que é complicado analisar mercado em pânico, o diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Correa, confessa que, ao menos para o açúcar, as coisas não estão indo mal.
“Penso que do ponto de vista de açúcar para usinas, a venda de Açúcar em Nova York com câmbio atual ainda faz muita diferença. É uma rentabilidade bastante alta para as usinas porque hoje está dando em torno de R$ 1.350, equivalente FOB Santos”, conta.
Desse modo, ele adiciona que isso é um excelente negócio, exceto para as usinas que têm o endividamento em dólar. “A usina que deve em dólar não pode pensar em reais por tonelada. Tem que pensar em dólares”, ressalta.
Tirando isso, conta o diretor da Archer Consulting, o impacto não é tão ruim. “Sobre a queda do petróleo: temos que entender que esta matéria-prima forma o preço na gasolina em somente 40%, 45%. O resto é imposto e margem dos distribuidores ou do posto de gasolina.”
Sendo assim, uma queda de 30% do petróleo antecipa que a gasolina da Petrobras deva cair em torno de 9% no posto. “Essa margem é mais ou menos a que o etanol tem sobre açúcar atualmente. Então temos que avaliar qual vai ser a repercussão de tudo isso. Mas por enquanto eu não vejo uma situação tão calamitosa.”, explica Correa.