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Milho: cenário é baixista e ajustes na produção da América do Sul devem impactar
Os preços para o milho devem seguir tendência de baixa, mas vão depender da produção na América do Sul, de acordo com a Hedgepoint Global Markets, companhia especializada em commodities agrícolas. Segundo analistas da Hedgepoint, a estimativa anterior de uma produção de 53 milhões de toneladas para a Argentina, em últimos relatórios locais foi atualizada para 46-47 milhões de toneladas, devido à doença Chicharrita.
“Essa queda na produção argentina poderia ser compensada por um aumento na safra dos EUA, onde a estimativa do mercado é de um aumento de 377,4 milhões de toneladas para 383 milhões de toneladas. Até o momento, o USDA não atualizou a safra argentina e, se isso continuar, ainda teremos um desequilíbrio no SnD global”, afirmaram os especialistas da Hedgepoint.
O USDA elevou sua estimativa para a produção de milho nesta sexta-feira, 12, ajustando suas estimativas de acordo com a quantidade de hectares plantados em cada safra. No entanto, o departamento também reduziu suas estimativas para os estoques finais de milho das safras antiga e nova. Os valores ficaram abaixo do que os analistas esperavam.
As expectativas de grandes colheitas por parte dos EUA empurraram os preços futuros do grão para perto de mínimas de quatro anos. O USDA prevê que a safra de milho 2024/25 será a terceira maior da história dos EUA e disse que os estoques finais ainda serão os maiores em seis anos a partir de setembro de 2025.
Os futuros negociados na Bolsa de Chicago subiram após a divulgação dos dados, devido aos estoques menores do que o esperado. “A grande surpresa aqui foi que a transferência da safra antiga de milho caiu muito mais do que as expectativas”, disse o vice-presidente do Zaner Group, Ted Seifried à Reuters.
O USDA previu que os estoques finais da safra de milho 2023/24 serão de 1,877 bilhão de bushels, abaixo das expectativas de junho e de 2,049 bilhões de bushels. Também estimou a produção em 15,1 bilhões de bushels, acima da expectativa média dos analistas, de 15,063 bilhões de bushels.
A previsão dos estoques finais de milho dos EUA para 2024/25 foi de 2,097 bilhões de bushels, abaixo das estimativas da agência em junho e abaixo das expectativas dos analistas, de 2,31 bilhões de bushels. No mês passado, o USDA previu uma produção de milho de 14,86 bilhões de bushels.
No lado brasileiro, o relatório da Hedgepoint espera a produção de cerca de 122 milhões de toneladas, com uma faixa de mercado entre 125,6-120 milhões de toneladas, inalterada em relação aos números anteriores, mas muito distante dos 115,9 milhões de toneladas previstas pela CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento).