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O crescimento da safra de cana-de-açúcar em comparação com a produção de grãos: Uma análise atual

Meiosi Cana-Soja (Crédito: Natalia Cherubin)
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Nos últimos anos, o setor agrícola tem testemunhado mudanças significativas em resposta às demandas crescentes por alimentos, combustíveis e matérias-primas. Nesse contexto, a comparação entre a safra de cana-de-açúcar e a produção de grãos emerge como um tema relevante.

O setor sucroenergético tem experimentado um crescimento notável, impulsionado em grande parte pela crescente demanda por biocombustíveis, como o etanol. Segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a safra de cana alcançará 677,6 milhões de toneladas, acima das 652,9 milhões de toneladas previstas em agosto, o que resultará em um aumento de 10,9% frente ao ciclo 2022/23. Países como o Brasil, líder mundial na produção de cana-de-açúcar, têm investido consideravelmente em tecnologias e práticas agrícolas sustentáveis para aumentar a produtividade e os resultados dos últimos anos refletem isso.

A utilização da cana-de-açúcar para a produção de etanol contribui para a busca por fontes de energia renovável, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis. Além disso, a expansão da indústria sucroalcooleira tem gerado empregos e impulsionado as economias locais.

Enquanto a cana prospera devido à demanda por biocombustíveis e produtos açucareiros, o cultivo de grãos enfrenta desafios ambientais, como o uso excessivo de agroquímicos e a pressão sobre a biodiversidade. As primeiras projeções do Conab apontam que a produção brasileira de grãos deve chegar a 306,4 milhões de toneladas, um valor significativo mas que representa uma queda de 13,5 milhões de toneladas ao obtido em 2022/23, a baixa no resultado se dá pelas más condições climáticas, com poucas chuvas aliadas a altas temperaturas na região central do país, além de precipitações volumosas na região Sul.

No caso específico do milho, o cenário também foi de queda e as perspectivas demonstram que muitos compradores na próxima safra irão apostar na soja, vendendo milho para liberar armazéns, segundo demonstra uma análise da Safras Consultoria. Esse crescimento da produção estimula o mercado na procura por maquinários, com o avanço do plantio mecanizado, além da fabricação de açúcar que deverá se aproximar das 38,77 milhões de toneladas, sendo a segunda maior já registrada na série histórica, perdendo apenas para a temporada de 2020/21, além dos subprodutos como o etanol e o adoçante.

Desta forma, é possível notar que na esteira do que já foi possível observar no último ano, 2024 será um ano com boas projeções para o mercado sucroenergético, que vem registrando bons índices na produção e competindo ativamente com os resultados observados no cultivo de milho e trigo e inclusive registrando uma alta em um comparativo, cenário que não era tão comum nas safras anteriores.

 

*Renato Campos é gerente geral da Motocana, montadora de equipamentos personalizados para movimentação de carga pesada no país 

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